São Paulo, domingo, 31 de março de 1996
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Filho varão

SÍLVIO LANCELLOTTI
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Já aconteceu de tudo na vida de Diego Armando Maradona. Um título mundial pela Argentina. A glória com a camisa do Napoli. Muito dinheiro no bolso -embora nem sempre dispusesse de saúde para dar e vender.
Aconteceu também uma sucessão de escândalos. Uma prisão por posse de cocaína. Uma suspensão após um flagrante de dopagem por drogas. Outra por uso de efedrina na Copa de 94.
Falta a Dieguito apenas um filho homem. Na verdade, segundo a Justiça da Itália, o ex-"Pibe de Oro" já tem um, com a napolitana Cristiana Sinagra, batizado de Diego Jr.
Diego jamais reconheceu Diego Jr. como seu rebento. Por determinação legal, mensalmente lhe envia cerca de US$ 2.000.
Até hoje, nem sequer se interessou em ver o garoto -aliás, um craque- jogar futebol.
Casado com Cláudia Villafane, Dieguito tem duas meninas graciosas, Dalmita Nerea, 8, e Yannina Dinorah, 6.
Falta-lhe, porém, o seu herdeiro de sangue efetivamente assumido. Nos últimos dias, se internou numa clínica de Buenos Aires para descobrir se algum problema fisiológico está impedindo que ele realize o sonho.
Diego, 35, atravessa um momento de raro apogeu orgânico.
Completamente desintoxicado, quase no peso ideal, no dia 3 de abril, em Córdoba, Diego até mesmo vai participar de uma exibição de boxe com seu amigo Santos Laciar, um antigo campeão do mundo dos moscas.
Como Cláudia também não tem problema, brinca Diego que, para surgir um novo bebê, só "resta o encontro do espermatozóide com o óvulo".
Outro sonho de Diego, quase impossível, é disputar a Olimpíada, dentro da norma que permite a inscrição de três atletas acima da cota dos 23 anos.
Embora comovido pelo apoio que recebeu de Diego no episódio da morte do seu filho, o técnico Daniel Passarella não se mostra disposto a convocá-lo: "O meu grupo já está completo".

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