São Paulo, segunda-feira, 1 de abril de 1996
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Presídio esteve sob intervenção

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O juiz Stenka Issac Neto decretou intervenção no Cepaigo há quatro meses a pedido do Ministério Público de Goiás.
Inquérito realizado pela promotoria da Vara de Execuções Penais apontou má gestão do diretor Nicola Limonge Filho.
A intervenção foi provisória. A medida não foi confirmada no Tribunal, depois que o Estado de Goiás recorreu da decisão. O Ministério Público considerou que Limonge estava extrapolando suas funções. O diretor estaria dando licenças e liberando presos e ferindo a Lei de Execuções Penais.
Houve ainda denúncia de corrupção e maus-tratos aos detentos.
A atuação de Limonge também foi contestada em 1992 por uma comissão formada por entidades de direitos humanos, OAB de Goiás, Câmara Municipal de Goiânia e conselhos regionais de Medicina e Psicologia do Estado.
Limonge está no cargo desde 90, quando o Goiás era governado pelo atual senador Iris Rezende.
A comissão visitou o presídio depois de denúncias de que Limonge estaria restringindo o trabalho das psicólogas junto aos presos. O relatório constatou a precariedade das instalações, além de obstáculos na atuação dos psicólogos.
Foram as denúncias de corrupção que levaram, semana passada, a cúpula do Judiciário goiano a visitar o Cepaigo, se tornando refém. O líder da rebelião, Leonardo Pareja, denunciou o privilégios de alguns presos, trabalhos forçados e compra de liberdade por R$ 5.000.

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