São Paulo, segunda-feira, 1 de abril de 1996
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Pagariam US$ 34 bi

ALEX PERISCINOTO

A Playboy realizou uma pesquisa para saber a preferência de seus leitores: se gostariam de uma revista 100% repleta de mulheres nuas, sem nenhum anúncio, ou de uma revista que soubesse equilibrar esses dois atrativos.
Dois terços dos entrevistados ficaram com a segunda opção. Isso porque, além dos atributos da revista, os leitores gostam de apreciar em suas páginas os últimos lançamentos de carros, informática, roupas.
Num livro recém-publicado em Nova York, "All Consumers Are Not Created Equal" (Os Consumidores Não São Todos Iguais), de Garth Hallberg, que acabei de receber de presente da minha amiga americana Haydee Murgel, me deparei com uma pesquisa semelhante (pág. 281), só que a pergunta era: "A mídia interativa deve incluir a propaganda?". Dois terços dos americanos disseram um tremendo "não" à pergunta e quase metade dos entrevistados disse que a propaganda "não seria nada aceitável" nos serviços interativos domésticos.
Assim, esses assinantes de TV interativa nos Estados Unidos preferem pagar por ela o mesmo que os anunciantes pagam para veicular seus produtos na televisão: um total de US$ 34 bilhões por ano. Pois é. Se os US$ 34 bilhões de investimento anual em toda a propaganda televisiva fossem divididos pela quantidade total de domicílios com televisores, o valor é de US$ 350 por ano por domicílio, pouco menos de US$ 30 por mês.
Esse é aproximadamente o custo do serviço básico, um ou dois dos pacotes de TV paga que apresenta filmes sem intervalo comercial.
Não há razões lógicas para deixar os clientes fora da mídia de TV ou de qualquer outra. Eles precisam dela para dinamizar e aumentar sua produção, gerando empregos.
Felizmente, os brasileiros não vêem nenhum mal nisso. Gostam de anúncios e comerciais, principalmente quando bem feitos e criativos.

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