São Paulo, segunda-feira, 1 de abril de 1996 |
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Cidade atrai quem crê sem precisar ver ROBERTO COSSO ROBERTO COSSO; MARIANA CARVALHO
"São Tomé vive de mentiras", diz José Bento Vasconcelos, 32, que morou oito anos na cidade. "O maior misticismo daqui são as pessoas trabalhando o dia inteiro na pedreira, debaixo de sol. Ninguém diz essas coisas porque elas atrapalham o comércio", diz. Porém, pela quantidade de histórias contadas pela população, é inegável que aconteçam situações incomuns. A cidade foi construída em um lugar com características geológicas peculiares, que propiciam a ocorrência dos fenômenos. Algumas pessoas contam, por exemplo, que viram uma bola de fogo voando até bater numa pedra e se desfazer. Os "filhos da terra" explicam o acontecido como uma aparição da mãe-de-ouro. Ufólogos preferem crer em E.T.s. Ufologia Os ufólogos acusam os nativos de não saber reconhecer os óvnis e, por isso, creditam suas aparições a entidades fantásticas. Os cientistas -escassos no lugar- acreditam que, por não saber explicar os acontecimentos de modo racional, as pessoas procuram o caminho místico. "O místico sempre foi o canal de explicação para o inexplicável", diz Luiz Henrique Galante, 34, que morou quatro anos na cidade. Assim, não existe apenas uma explicação para os fenômenos. O interessante não é discutir qual a melhor explicação, mas conhecer todas elas e, sobretudo, presenciar a ocorrência dos fenômenos. Um dos poucos que têm data certa é a "Lua Cheia de Maio". Nele, o pôr-do-sol ocorre na mesma hora em que a lua nasce, e eles se encontram no horizonte. Isso tudo num cenário que abriga uma concentração enorme de cachoeiras e grutas, como em poucos lugares do país. LEIA MAIS sobre São Tomé das Letras nas págs. 6-15 e 6-16. Texto Anterior: Itaparica renova e aumenta aeroporto Próximo Texto: Moradores 'viajam' com discos voadores Índice |
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