São Paulo, quarta-feira, 3 de abril de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Governo compra arroz e sustenta preço
DA REPORTAGEM LOCAL; DA FOLHA VALE As compras de arroz no Rio Grande do Sul, feitas pelo Irga, estão sustentando as cotações do arroz agulhinha no patamar de R$ 10/saca de 50 quilos.O Irga (Instituto Riograndense do Arroz) adquiriu 4.000 t na semana passada de um total de até 500 mil sacas que o órgão pode comprar durante a safra, caso a indústria não pague o preço mínimo (R$ 10,02). "Esperamos que os preços subam ainda mais nas próximas semanas", afirma Antonio Elói Serriche Paz, presidente da Federarroz (Federação das Associações de Arrozeiros do RS). Para Paz, a reação dos preços vai facilitar a venda do produto à indústria. Segundo ele, a aquisição do arroz pelo setor privado é mais vantajosa para o agricultor, pois o Irga demora de dez a 15 dias para efetuar o pagamento. Oferta pequena No mês passado, embora a oferta do grão fosse pequena, houve indústrias que procuraram comprá-lo por R$ 9/saca de 50 kg. Segundo Adalberto Jardim Silveira, diretor comercial do Irga, um órgão do governo do RS, as cotações tendiam a baixar para menos de R$ 8, por causa da necessidade de o produtor fazer caixa. "Para cobrir os gastos com a colheita, muitos agricultores estão vendendo de 5% a 10% da safra a fim de antecipar receita", diz Silveira. Paz, da Federarroz, afirma que a orientação das entidades rurais é que o produtor não se precipite e aguarde uma alta nas cotações. Foram colhidos até a semana passada no RS, maior produtor nacional, 30% da safra, prevista em 4 milhões de t pelo Irga. O número representa diminuição de 18% na colheita em relação à safra 94/95. Vale do Paraíba A produção de arroz do Vale do Paraíba, em São Paulo, pode ter uma queda de até 40% na safra deste ano em relação à do ano passado, segundo estimativas de agricultores da região. O produtor João Batista Canavezi, de Taubaté, diz que a perda por hectare de arroz chega a 1,2 t. A produtividade normal varia de 3,6 t a quatro t por hectare. Uma das principais causas da possível quebra da safra este ano são as chuvas que atingem a região desde o Carnaval. Além da redução na safra, os produtores da região serrana podem enfrentar também problemas de transporte, em decorrência dos estragos que as chuvas causaram nas estradas rurais, diz Mariotto. Colaborou a Folha Vale Texto Anterior: Escassez de água nos solos dificulta plantio em SP Próximo Texto: Indústria prevê margens apertadas em 96 Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |