São Paulo, quarta-feira, 3 de abril de 1996
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Presidente chama os opositores de reacionários

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a criticar ontem os opositores ao seu governo, sem citar nomes.
Segundo ele, "sempre haverá setores mais atrasados, mais inconscientes, mais reacionários, que vão tentar segurar as mudanças".
"Me perdoem essas coisas que tenho dito com insistência. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Um dia vão entender que o Brasil mudou mesmo", disse.
O presidente realçou o papel do controle inflacionário. "Sem a estabilização, não teríamos nem tempo de cuidar do social", disse.
FHC chamou ontem de "simplórias" as comparações que apontam que seu governo investe menos na área social de que as administrações anteriores.
FHC disse que, se gastou menos, é "porque não construiu Caics ou Ciacs" e optou por gastar mais com "custeio, pessoal e formação". Segundo ele, essas iniciativas só foram paralisadas porque "jogavam dinheiro fora".
A crítica atinge seus dois antecessores. Fernando Collor foi o responsável pelos Ciacs (Centro Integral de Atenção à Criança) e Itamar Franco pelos Caics (Centro de Atenção Integral à Criança).
"A política social é muito mais que alocar recursos, é ver o resultado e o desempenho na implementação dos programas." Disse ainda que está mudando as práticas de políticas sociais no Brasil.
Em sua edição de 3 de março, a Folha demonstrou que em 1988, o governo Sarney destinou US$ 18,9 bilhões para saúde e educação. No ano seguinte, esse valor subiu para US$ 19,9 bilhões. No ano passado, o governo FHC destinou para os dois setores US$ 17,8 bilhões.
As afirmações do presidente foram feitas durante um discurso na solenidade em que a Abifarma (Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica) doou R$ 6 milhões para o Programa de Agentes Comunitários, desenvolvido pelo Ministério da Saúde, em conjunto com o Comunidade Solidária.

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