São Paulo, quarta-feira, 3 de abril de 1996 |
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Nós, latinos
NELSON DE SÁ
A Bandeirantes, assim, ao cobrir o espancamento de supostos imigrantes ilegais por policiais da Califórnia, descreveu cena por cena o que chamou de "selvageria". E terminou, revoltada: - A pena para os policiais? Licença remunerada. A Record, que apresentou as imagens nas manchetes, deu um jeito de falar que a cena causa "revolta". Até a nova Globo cobriu em tom crítico, com Lillian Witte Fibe e depois Paulo Henrique Amorim falando em "imagens de violência" e fazendo questão de chamar os agredidos de "imigrantes sem documentos" -e não de ilegais. Na CNN hispânica, que é editada nos Estados Unidos, a revolta foi ainda maior. O âncora abriu a cobertura com o que mais parecia comentário de Boris Casoy: - Nos Estados Unidos, um país que está sempre dando aulas à América Latina sobre o respeito aos direitos humanos, há setores que poderiam também estar necessitando de algumas aulas. No país da CNN, o problema é maior porque as cenas lembraram aquelas do caso Rodney King, um negro espancado por policiais brancos da mesma Los Angeles -num dos episódios que dividiram a nação, etnicamente. Agora são os hispânicos, os latinos, entre eles os brasileiros, que passam por trauma semelhante -e têm a confirmação de que, não adianta, somos menos iguais. Deu a louca Lillian Witte Fibe, que ganhou fama por perder o controle no confisco collorido, vai mudando o Jornal Nacional, em economia. O dia da liberação dos preços combustíveis foi noticiado como "deu a louca nos preços". No comentário, "o governo se dá mal". e-mail: nelsonsa@folha.com.br Texto Anterior: Campanha relaciona o peso e o real Próximo Texto: Erundina não quer Marta para sua vice Índice |
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