São Paulo, quarta-feira, 3 de abril de 1996 |
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Fiesp e Força criticam falta de rapidez do governo FHC
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
Os empresários e sindicalistas, reunidos no Palácio do Trabalhador, sede da Força Sindical, pediram reforma tributária já. "Há uma frustração, cansaço mesmo, em relação ao Congresso por causa das inúmeras postergações nas reformas. Às vezes interesses regionais se interpõem a interesses nacionais", afirmou o presidente da Fiesp, Carlos Eduardo Moreira Ferreira. "Governo e Congresso foram fracos, fisiológicos e débeis na reforma da Previdência, que manteve privilégios. Precisamos nos mobilizar, empresários e trabalhadores, para que isso não se repita", disse o presidente da Força Sindical, Luiz Antônio de Medeiros. Segundo ele, por falta de mobilização de toda a sociedade, o Congresso se transformou "em um verdadeiro balcão de negócios". As declarações foram feitas durante ato de assinatura da Força Sindical à proposta de reforma tributária da Fiesp e de mais 91 entidades (inclusive CUT). A Anfavea (representa as montadoras) também apóia o projeto. Limitador Jorge Gerdau Johannpeter, coordenador da Ação Empresarial (defende interesses dos empresários no Congresso), disse que o maior limitador do desenvolvimento no país é o sistema tributário, que encarece produção e exportações. "Sem a reforma tributária, não há como gerar emprego nem ganhar competitividade", afirmou. Para Johannpeter, com a proposta assinada ontem, empresários e trabalhadores se unem para pressionar o Congresso. "Não são os deputados que vivem o desemprego, não são eles que têm de fechar fábricas", disse. Moreira Ferreira defendeu que as reformas administrativa, previdenciária e até mesmo tributária deveriam ser completamente aprovadas no Congresso antes "de começar a corrida para as eleições municipais deste ano". Ele disse, no entanto, esperar "que não se caia no fisiologismo nem que se aprove mais um remendo ou outro à Constituição". Moreira Ferreira defendeu ainda reformas nas relações trabalhistas e na organização sindical. Disse que o projeto do ministro do Trabalho, Paulo Paiva, embora tenha problemas, inicia o debate. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, sugeriu que os empresários dêem o exemplo e criem uma central nacional, que poderia se chamar Força Empresarial ou Central Única dos Empresários. Texto Anterior: A fonte do problema Próximo Texto: Governistas fecham acordo para demitir Índice |
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