São Paulo, quarta-feira, 3 de abril de 1996
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Presidente reclama de comparações na área social

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso chamou ontem de "simplórias" comparações que apontam que seu governo investe menos na área social do que governos passados.
FHC disse que, se gastou menos, é "porque não construiu Caics ou Ciacs" e gastou mais com "custeio, pessoal e formação".
Segundo FHC, essas iniciativas só foram paralisadas porque "jogavam dinheiro fora".
A crítica atinge seus dois antecessores. Fernando Collor foi o responsável pelos Ciacs (Centro Integral de Atenção à Criança). Itamar Franco, pelos Caics (Centro de Atenção Integral à Criança).
Em 3 de março, a Folha publicou reportagem mostrando que, em 1988, o governo Sarney destinou US$ 18,9 bilhões para saúde e educação. Em 89, o valor subiu para US$ 19,9 bilhões. No ano passado, o governo FHC destinou aos dois setores US$ 17,8 bilhões.
No mesmo dia, outra reportagem revelava dados do Banco Mundial, segundo os quais os 20% brasileiros mais pobres ficam com 15% dos gastos sociais, enquanto os 20% mais ricos ficam com 21%.
Na época, o ministro da Saúde, Adib Jatene, reconheceu que já se investiu mais em saúde do que se investe hoje, e o ministro da Educação, Paulo Renato Souza, admitiu que os gastos sociais "beneficiam mais os setores médios da população do que os mais pobres".
Doação
As afirmações de FHC foram feitas em discurso na solenidade em que a Abifarma (Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica) doou R$ 6 milhões ao Programa de Agentes Comunitários, desenvolvido pelo Ministério da Saúde e pelo Comunidade Solidária.
O presidente disse que, para as políticas sociais terem efeito, é preciso acabar com o clientelismo.
Segundo ele, pode ainda existir essa prática, que é um "processo cultural", mas o governo se esforça para terminar com ela.

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