São Paulo, quarta-feira, 3 de abril de 1996 |
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Secretaria fecha clínica de Caruaru
FÁBIO GUIBU
A clínica, que segundo o secretário Jarbas Barbosa descumpriu a legislação que normatiza o funcionamento dos centros de hemodiálise, foi descredenciada do SUS (Sistema Único de Saúde), de quem recebia R$ 100 mil por mês. As decisões foram tomadas com base no relatório da Comissão de Averiguação da secretaria, que investigou por 15 dias a morte de pacientes do instituto. Desde 20 de fevereiro, 32 pessoas morreram -uma delas ontem. Conforme antecipou ontem a Agência Folha, o relatório da comissão revela que as condições físicas e funcionais da clínica eram precárias e que não havia controle da água utilizada no processo de filtragem do sangue. A equipe responsável pela manutenção e operacionalização do sistema de abastecimento da água, informou a comissão, "não está devidamente capacitada para essas atividades". Os técnicos disseram ainda ter encontrado "indícios de falsificação" de documentos no registro dos prontuários de hemodiálise, além de constatar "omissão de informações importantes". O diretor administrativo do IDR, Bráulio Coelho, disse à Agência Folha que tentará fazer com que o instituto, interditado desde o dia 13 de março, volte a funcionar. Sobre o resultado das investigações, Coelho preferiu não se manifestar "até que a direção do IDR seja notificada oficialmente pela Secretaria da Saúde". 32ª morte Ontem morreu mais um doente renal que se submeteu a tratamento de hemodiálise no IDR. A vítima é o aposentado João Almeida, 58, que estava internado no hospital São Sebastião, em Caruaru, desde o dia 22. Almeida estava em estado grave, mas se recusava a ser transferido para Recife. Ele assinou termo de compromisso responsabilizando-se pela decisão. O aposentado seria transferido hoje para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Ele apresentava inchaço no fígado e icterícia intensa (amarelado na pele e nos olhos -sintomas de problemas no fígado). Ninguém ainda sabe o que provocou a intoxicação. Três técnicas do CDC (Center of Desease Control - Centro de Controle de Doenças), dos Estados Unidos, chegaram ontem a Recife para ajudar a determinar a causa. Elas disseram que o número de mortos é grande, mas que preferiam não comentar nada enquanto não estudassem o caso. Texto Anterior: Amotinados se dividem em 4 facções Próximo Texto: 32º a morrer era vaqueiro Índice |
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