São Paulo, quarta-feira, 3 de abril de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Dickinson lança terceiro disco solo durante visita ao Brasil

Ex-vocalista do Iron Maiden fará shows no país este ano

MARISA ADÁN GIL
DA REPORTAGEM LOCAL

Com uma passagem de cinco dias pelo Brasil, Bruce Dickinson, ex-vocalista do Iron Maiden, marcou o lançamento de seu terceiro disco solo, "Skunkworks".
Na noite da última segunda-feira, Dickinson fez uma apresentação acústica de cerca de 20 minutos, apenas para convidados, no Bourbon Street. O show serviu para comemorar o lançamento do selo Castle no Brasil.
Na manhã seguinte, Dickinson concedeu entrevista exlusiva à Folha. "Com esse disco, me desligo definitivamente do Iron Maiden", disse Dickinson. O vocalista inglês acredita fazer parte do que chama de "novo metal".
"É bem menos pomposo e megalomaníaco do que aquele heavy metal de cabelos compridos dos 80", diz. "Os anos 80 foram movidos à cocaína".
Como exemplo, cita Axl Rose. "Quando ele não gostava das flores no camarim, ia embora e deixava dez mil pessoas olhando para um palco vazio".
O cantor acredita que o metal é a "música alternativa do momento." Como prova, cita o Lollapalooza deste ano, que deve ter Metallica no elenco.
"O grunge foi a última grande onda, mas foi há seis anos atrás. O metal que vem agora é mais viajante, psicodélico."
Dickinson diz que não se arrepende de ter deixado o Iron Maiden, com quem gravou nove álbuns entre 1982 e 1993. "Não dá mais para tocar aquele tipo de música em plenos anos 90. Soa estranho, fora do tempo."
O vocalista conta que foi convidado para formar um supergrupo, ao lado de outros metaleiros famosos. "Achei que seria muito chato e previsível. Ia ser como aquele Coverdale & Page: um desastre."
Entre abril e junho, Dickinson excursiona pela Europa. Depois, segue para o Japão. O Brasil é prioridade: em 1996, promete tocar aqui pela terceira vez. Dickinson esteve no Brasil para o Rock in Rio, em 1985 (ainda com o Iron Maiden), e sozinho no ano passado.

Texto Anterior: "Cassiopéia" é ficção que prega discurso politicamente correto
Próximo Texto: Câmera de Singleton atira para matar
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.