São Paulo, quinta-feira, 11 de abril de 1996
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França detém 151 em ato anti-China

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DE PARIS

A polícia francesa deteve ontem à tarde 151 pessoas, posteriormente liberadas, durante uma manifestação contra a visita à França do primeiro-ministro chinês, Li Peng, e pelo respeito aos direitos humanos na China.
Li Peng é acusado de ser o principal responsável pela repressão aos estudantes da Praça da Paz Celestial, em Pequim, em junho de 1989.
Cerca de 2.000 pessoas participaram do ato, convocado por 50 associações e entidades de defesa dos direitos humanos.
Entre os participantes estavam o ex-primeiro-ministro socialista Laurent Fabius e a atriz Jane Birkin, bem como refugiados chineses e tibetanos e opositores políticos de Taiwan.
A China considera Taiwan uma "Província rebelde" e ocupa o Tibete desde 1950.
Cartazes carregados pelos manifestantes traziam fotos de dissidentes políticos presos na China, bem como do líder espiritual do Tibete, Dalai Lama.
"A China executa, regularmente, três vezes mais pessoas do que todos os outros países do mundo juntos", disse Michel Forst, um diretor da Anistia Internacional. Oficialmente, em 1994, o governo chinês promoveu 2.050 execuções.
Negócios
A questão dos direitos humanos não figura na pauta de conversas entre o primeiro-ministro chinês e o presidente francês, Jacques Chirac.
Anteontem, 209 parlamentares franceses assinaram um apelo pró-Tibete, mas o governo francês preferiu ser pragmático.
"Quais são os aviões que voam nos céus chineses? São Boeings, do país (os EUA) que dá lições ao mundo inteiro", afirmou ontem o ministro das Relações Exteriores da França, Hervé de Charette.
Ao fim de sua visita de quatro dias ao país, Li terá assinado contratos de 10 bilhões de francos (cerca de R$ 2 bilhões) para a compra de aviões, carros etc.
A maior parte do dinheiro chinês ficará com a empresa francesa Airbus. A China vai comprar 33 aviões, por cerca de 8 bilhões de francos (R$ 1,6 bilhão).

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