São Paulo, domingo, 14 de abril de 1996
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O que mudou com o PAS

Atendimento
Antes - Pacientes, paulistanos ou não, eram atendidos em qualquer unidade de saúde da cidade
Agora - Apenas são atendidos moradores cadastrados na região onde moram. Moradores de outros bairros ou outros Estados só recebem atendimento em casos de emergência médica (acidentes, ataques cardíacos etc). Pacientes cadastrados em uma região não podem ser atendidos em outras, mesmo que sejam locais onde o plano tenha sido implantado.

Salários dos médicos
Antes - O médico recebia um salário fixo variando de R$ 700 a R$ 1.200 por 20 horas semanais de trabalho
Agora - O salário depende do número de horas trabalhadas. O rendimento médio gira em torno de R$ 3.200 por 24 horas semanais (plantonista) ou 20 horas (diarista)

Recursos
Antes - O diretor apresentava os custos à prefeitura que repassava o dinheiro. Em casos de gastos extras, o hospital recorria à prefeitura. A compra de equipamentos exigia licitação pública
Agora - As cooperativas recebem por mês R$ 10 por paciente. Pirituba, por exemplo, que pretende cadastrar 340 mil pessoas, vai receber cerca de R$ 3,4 milhões por mês. Com esse dinheiro, a cooperativa paga os salários dos funcionários e o material consumido diariamente. Compra ou manutenção de equipamentos, conservação dos prédios ou gastos extras são pagos pela prefeitura

Estabilidade
Antes - Os funcionários dos hospitais tinham estabilidade
Agora - Os funcionários do PAS podem ser demitidos, mas não são demitidos da prefeitura. Se quiserem desistir do PAS, podem voltar a trabalhar para a prefeitura, com total estabilidade

A equipe
Antes - Todos a equipe do hospital era formada por funcionários da prefeitura
Agora - A equipe é formada pelos funcionários que aderiram ao PAS e os contratados pela cooperativa, que não têm estabilidade. A adesão dos funcionários não é obrigatória. Exemplo: Um médico que não quiser fazer parte do PAS é transferido para uma unidade da prefeitura onde o plano não tenha sido implantado. No caso de ele aderir, ele pede uma licença para trabalhar no PAS.

Transferências
Antes - Nos casos em que o hospital não têm equipamentos ou especialistas para cuidar de caso, o doente é transferido para outros hospitais, municipais ou não.
Depois - Continua igual

Gerenciamento
Antes - A administração do hospital era feita pela Secretaria Municipal da Saúde, que indicava um diretor e controlava os gastos
Agora - As unidades são administradas pela cooperativa de médicos. Existem duas cooperativas em casa módulo: uma dos funcionários da prefeitura e outra de funcionários prestadores de serviço. Essas cooperativas são autônomas, podendo contratar, demitir e gerenciar suas verbas. O uso do dinheiro será controlado por um conselho gestor, formado com membros da prefeitura

Plantão
Antes - Cada hospital tinha uma tabela exigindo um número mínino de médicos por plantão
Agora - Não existem mais essas tabelas. O número de médicos é definido em função da demanda

Fichas de pacientes
Antes - Para ser atendido, o paciente "fazia" uma ficha com seus dados pessoais. O trabalho não era informatizado. Atendentes preenchiam fichas manualmente ou com máquinas de escrever. Cada paciente abria um prontuário no hospital
Agora - Os pacientes cadastrados na unidade têm um cartão magnético com seus dados pessoais. Quando o paciente chega à unidade do PAS, ele apresenta o cartão que identifica, por meio de terminais de computador, o paciente. O plano pretende informatizar ainda o prontuário, mas o trabalho não começou.

Benefícios
Antes - Todos os funcionários eram funcionários públicos, com direito a 13º salário, férias, etc
Agora - Os funcionários do PAS são todos trabalhadoress autônomos. Segundo a prefeitura, como a hora trabalhada é bem remunerada os funcionários podem fazer seus próprios fundos de férias

Raio X do PAS
Onde está funcionando
Módulo Pirituba (zona norte)
Quando começou: 1º de janeiro
Bairros: São Domingos, Anhanguera, Perus, Jaguará, Brasilândia, Pirituba, Freguesia do Ó e Limão
Unidades: 14 (um hospital, dois prontos-socorros, um hospital-dia, oito postos de atendimento e dois centros de convivência)
Nº de médicos: 340
Total de funcionários: 800
Expectativa do nº de cadastrados: 340 mil
Pacientes atendidos desde a implantação: 97 mil
Leitos: 180

Módulo centro (região central e oeste)
Quando começou: 21 de janeiro
Bairros: Barra Funda, Vila Mariana, Belém, Bom Retiro, Santa Cecília, Pari, República, Sé, Consolação, Brás, Bela Vista, Liberdade, Cambuci, Perdizes, Jardim Paulista, Pinheiros e Itaim Bibi
Unidades: 13 (dois hospitais, um pronto-socorro, seis postos de atendimento, dois centros de convivência, um hospital-dia e um centro odontológico)
Nº de médicos: 450
Total de funcionários: 1.500
Expectativa do nº de cadastrados: 450 mil
Pacientes atendidos desde a implantação: 18 mil
Leitos: 289

Módulo Itaquera (zona leste)

Quando começou: 2 de abril
Bairros: Itaquera, São Miguel, Cidade Líder, Cidade Tiradentes, Guaianazes, Iguatemi, José Bonifácio, Parque do Carmo e São Rafael
Unidades: 35 (um hospital, dois hospitais de saúde mental, 28 postos de atendimento, um centro de convivência, dois hospitais-dia e um laboratório)
Nº de médicos: 480
Total de funcionários: 2.000
Expectativa do nº de cadastrados: 480 mil
Pacientes atendidos desde a implantação: não-calculado
Leitos: 220

Fonte: assessoria de imprensa do PAS e secretaria municipal da Saúde

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