São Paulo, domingo, 14 de abril de 1996
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Radical é julgado por Oklahoma

PATRICIA DECIA
DE NOVA YORK

Antes de ser preso, Timothy McVeigh costumava carregar um exemplar do livro "The Turner Diaries" (Os Diários de Turner), que fala de uma guerra racial iniciada com a explosão de um prédio do governo federal por uma bomba caseira feita de nitrato de amônia e gasolina.
McVeigh, um ex-combatente da Guerra do Golfo, é o principal acusado pelo maior atentado terrorista das história dos EUA: a explosão prédio federal Alfred P. Murrah, em Oklahoma City (sul dos EUA), que matou 168 pessoas e feriu mais de 600 no dia 19 de abril do ano passado.
O livro, escrito pelo líder do movimento neonazista Aliança Nacional, é classificado por seu autor, William Pierce, como um "manual para a vitória branca".
A ligação de McVeigh com grupos extremistas deve ser levada ao ápice durante o decorrer de seu julgamento, que começou na semana passada.
O advogado de defesa, Stephen Jones, pretende mostrar que, por trás de seu cliente, há uma conspiração envolvendo terroristas do Oriente Médio, alemães ultradireitistas e extremistas americanos.
Jones quer que o júri se convença de que McVeigh é apenas "o homem que apertou o gatilho". O acusado continua afirmando ser inocente, apesar de não revelar onde estava na hora da explosão.
Há cerca de uma semana, McVeigh e Terry Nichols (o outro acusado pelo atentado) foram transferidos para uma prisão próximo a Denver, Estado do Colorado (oeste dos EUA), onde ocorrerá o julgamento.
A pedido da defesa, o local do julgamento foi transferido, por temores de que em Oklahoma City eles não tivessem um julgamento isento. Mais de 38% dos moradores da cidade conheciam pessoalmente das vítimas do atentado.
Não será permitida a presença de câmeras de TV. As famílias das vítimas estão pedindo que se faça a filmagem em um circuito fechado de TV para acompanhar o caso.
Na próxima sexta-feira, os moradores de Oklahoma farão um minuto de silêncio exatamente às 9h02, quando a explosão da bomba de 2.500 kg completará exatamente um ano.
O edifício Alfred Murrah foi implodido. Até hoje, a maioria dos 300 prédios danificados com a explosão ainda não foram totalmente recuperados. Segundo o prefeito, o centro da cidade ainda parece uma "zona de guerra".
(PD)

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