São Paulo, domingo, 21 de abril de 1996
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MST faz lista de desaparecidos

GEORGE ALONSO

GEORGE ALONSO; ESTANISLAU MARIA
ENVIADO ESPECIAL A BELÉM (PA)

Apesar da "varredura" que o Exército deve fazer na área do conflito, os sem-terra decidiram fazer, a partir de amanhã, um levantamento dos desaparecidos. Há absoluta desconfiança em relação às apurações do massacre.
O MST tem, segundo o dirigente Orlando Galvino, um cadastro com 2.996 pessoas que estavam no acampamento de Curionópolis.
Desse total, cerca de 1.800 estavam na "encruzilhada da morte" na rodovia. "Esse trabalho será rápido. Deve demorar três dias. Só não começamos hoje (ontem) porque o pessoal está envolvido com o ato de sepultamento", disse.
Armas usadas pela PM no confronto estão no Instituto de Criminalística de Belém para serem periciadas. Repete-se o procedimento tomado no massacre de Corumbiara (RO), em 9 de agosto de 95, e que resultou em nada.
Vieram 28 fuzis, quatro metralhadoras, quatro submetralhadoras, quatro revólveres calibre 38 e um 32, além de dezenas de cartuchos deflagrados.
Pantoja
O advogado do coronel Mário Pantoja, Luciel Caxiado, disse ontem que o governo do Pará sabia do risco da operação. "Momentos antes da operação, Pantoja comunicou ao comando que aquilo era um barril de pólvora", disse. "Mesmo assim o comandante Lopes insistiu na operação."

Colaborou ESTANISLAU MARIA, da Agência Folha, em Belém

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