São Paulo, domingo, 21 de abril de 1996 |
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Sobreviventes vivem nas ruas
SERGIO TORRES
O antes unido grupo da Candelária se dividiu. Alguns optaram pelas ruas de bairros comerciais da zona norte. Outros escolheram as proximidades da orla da zona sul. Poucos ficaram no centro carioca. Na quinta-feira, a Folha localizou o menino chamado de Pitoco pelos amigos da rua. Ele mora sob marquises. Não tem colchão. Pitoco dorme sobre folhas de papelão. O menino fala que não se lembra dos assassinos, mas confessa saudades do amigo Pimpolho, morto na chacina. "Estava dormindo, ouvi o barulho dos tiros e saí correndo. O Pimpolho morreu", rememorou o menino. Magro e pequeno, ele aparenta bem menos que seus 14 anos. Pitoco conta que saiu de casa porque o pai e o avô brigavam muito. "Tenho medo de briga", disse ele, que veste farrapos e não aprendeu a ler. (ST) Texto Anterior: Erro pode absolver acusados da Candelária Próximo Texto: Defesa explora contradições Índice |
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