São Paulo, domingo, 21 de abril de 1996 |
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Banco quer triplicar cobrança
MILTON GAMEZ
Atualmente, os bancos cobram dos clientes, em formas de tarifas, o equivalente a 30% de suas despesas administrativas. Essa cobrança deve triplicar nos próximos anos, prevê Jorge Higashino, diretor de serviços bancários da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos). "O ideal é repor 100% das despesas administrativas com a cobrança de tarifas", afirma Higashino. "Nos Estados Unidos, uma pesquisa com dez grandes bancos mostrou que eles se ressarcem em 90% de suas despesas administrativas, no mínimo." Segundo ele, deve aumentar o rigor na cobrança de tarifas, e não os preços de cada uma delas. O governo federal prepara-se para dar uma mão aos bancos nesse sentido. O diretor de Normas do Banco Central, Alkimar Moura, acenou com a possibilidade de extinguir a regra que obriga os bancos a darem de graça, aos clientes, um talão de cheques de 20 folhas por mês. A medida é um pleito antigo da Febraban. Quando vier, deverá representar uma boa fonte de recursos para os bancos, prevê Higashino. Segundo ele, são processados, por mês, entre 350 milhões e 400 milhões de cheques em todo o país. O número, assombroso, deve-se à prática de muitos clientes de pagarem pequenas contas com cheque, reclama o executivo da Febraban. "Tem gente que faz cheque até para comprar jornal." Cada cheque custa para os bancos R$ 1,40, em média, desde sua impressão até a compensação e arquivamento. É R$ 1,00 a mais de custo por folha em relação ao custo de uma transação eletrônica com cartão magnético. Se, por hipótese, os clientes parassem de usar cheques durante um mês e usassem somente o cartão, a economia para os bancos seria de R$ 400 milhões. (MG) Texto Anterior: Mercado se prepara para aluguel de ação Próximo Texto: Comércio já ganha mais com os juros Índice |
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