São Paulo, domingo, 21 de abril de 1996
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Massacre; Estatuto da Criança; Ética ferida; Casamento religioso; Consumidor em falta; Sem 'mãozinha'

Massacre
"O massacre no Pará causa indignação e revolta. Ele é fruto da opção do governo FHC pelo totalitarismo de mercado.
Tudo, rápido e rasteiro, não importa quanto, para tapar as mazelas do mercado.
Nada ou quase nada, ou melhor, balas de fuzil para quem só quer trabalhar dignamente. O sangue dos sem-terra dessa vez será adubo da sonhada reforma agrária."
Max Altman, coordenador da Cives -Associação Brasileira dos Empresários pela Cidadania (São Paulo, SP)

"Toda sociedade brasileira está de luto pelo massacre dos sem-terra na cidade de Eldorado de Carajás.
É um ato que envergonha todos nós pela sua brutalidade e covardia, atingindo até mesmo mulheres e crianças, e que merece de todas as autoridades de governo enérgicas e imediatas providências para punir, de forma exemplar, todos os responsáveis pela terrível tragédia."
Mario Negreiros dos Anjos (Niterói, RJ)

"Não é por nada, mas eu vi o vídeo registrando o início da tragédia dos sem-terra do Pará e não posso deixar de imaginar o que aconteceria àqueles policiais se eles não tivessem atirado.
Será que aquela turba, armada até os dentes, gritando e correndo em direção à barreira policial, queria ficar só no susto? Duvido."
Geraldo Anhaia Mello (São Paulo, SP)

"Poderia a Folha ter nos poupado pelo menos em 19/4 (o dia em que ela mostra outra vez, na primeira página, a cara do Brasil), por razões óbvias, desse editorial que fala da 'extrapolação dos limites legais na tentativa dos sem-terra de pressionar o poder público'."
Vanda Mendes Ribeiro e Silvana Matteussi Sobrinho (São Paulo, SP)

Estatuto da Criança
"Reportagem da Folha pinta quadro tétrico do menino de rua de São Paulo. Parece que em nove anos a situação não melhorou nada.
Foi em São Paulo que nasceu o Estatuto da Criança e do Adolescente, há seis anos. Não era tempo de reconhecer que essa lei está precisando de uma ampla avaliação?"
Alyrio Cavallieri, vice-presidente -Brasil da Associação Internacional de Juízes de Menores e de Família (Rio de Janeiro, RJ)

Ética ferida
"O Grupo Tortura Nunca Mais (RJ) e familiares de mortos e desaparecidos políticos encontram-se estarrecidos e indignados com a informação publicada na coluna 'Painel' deste jornal, em 15/4, onde o sr. José Gregori afirma que 'acha difícil que as famílias Marighella e Lamarca se beneficiem da Lei dos Desaparecidos, (visto) que os dois não se achavam sob a guarda do Estado...'.
Se efetivamente o sr. José Gregori fez esse tipo de afirmação, a nosso ver ele feriu princípios elementares da ética.
Isso porque está prejulgando casos que dizem respeito somente à comissão especial que trata da questão dos mortos e desaparecidos políticos, e da qual ele não faz parte.
O Grupo Tortura Nunca Mais/RJ exige que, no mínimo, se tenha respeito pela memória desses brasileiros que deram suas vidas para um país mais democrático e fraterno."
Togo Meirelles Netto, vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais/RJ (Rio de Janeiro, RJ)

Casamento religioso
"Fiquei feliz com a notícia dando conta de que os bispos, reunidos em Itaici, estão refletindo acerca da questão do fim da obrigatoriedade do casamento civil para se poder celebrar o casamento canônico ou religioso.
Como padre, atuo numa área bastante pobre de Diadema e muitas pessoas de lá vêem-se impedidas de regularizar sua situação matrimonial perante a Igreja pelo simples fato de não terem condições de pagar as vultosas taxas que os cartórios cobram.
Espero que os senhores antístites possam efetivamente dar cobro a uma situação tão vexatória para o povo, sobretudo para os mais pobres, por quem a Igreja fez uma opção preferencial, desvinculando o matrimônio civil do seu congênere canônico."
Antonio Mellace, padre (São Paulo, SP)

Consumidor em falta
"Com toda essa 'evolução' tecnológica caracterizada pela troca da mão-de-obra humana por processos mecânicos informatizados gostaria de saber quem vai consumir o quê."
Franz Josef Hildinger (São Paulo, SP)

Sem 'mãozinha'
"A leitora Hedylaine Vanessa Boscolo ('Painel do Leitor', 18/4) deveria prestar mais atenção aos jogos de futebol e notar que o tempo complementar existe em todos, não apenas nos do Corinthians.
O que acontece é um maior aproveitamento desse tempo por parte dos jogadores do atual campeão paulista, se comparado aos adversários.
O Corinthians tem raça, tem craque e tem uma torcida maravilhosa. Não precisa de 'uma mãozinha' da CBF."
Raquel Piniano Lima (Campinas, SP)

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