São Paulo, domingo, 21 de abril de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Autor exagera no tom melodramático

DE BUENOS AIRES

A sinopse da novela "Antônio Alves, um Taxista", obtida pela Folha, tem erros grosseiros de português e vários clichês dos dramalhões dos anos 60.
Os erros e o roteiro "desatualizado" irritaram Sônia Braga, que rescindiu seu contrato. Ela estava escalada para o papel de Odile, que tem um caso de amor com o taxista Tony (Fábio Jr.).
A novela é um "remake" da produção argentina "Rolando Rivas, Taxista", escrita por Alberto Migre, que foi ao ar em 72.
A sinopse distribuída aos atores brasileiros, assinada por Migre, descreve assim os personagens principais da trama:
"Odile é uma passageira que Tony conhece acidentalmente numa noite chuvosa em que está com o carro estacionado numa avenida. Tony trabalhou o dia inteiro e estava dormindo quando, de repente, apareceu Odile."
"Ela fugiu do apartamento onde encontrava o amante, um ministro medíocre, cuja esposa foi alertada da traição e tenta pegá-los em flagrante."
"Nua e descalça, ela foge pela escada de serviço, sozinha e sem rumo. Ao conhecer Tony, o impacto é imediato e mútuo. Um curto-circuito de alta voltagem faz surgir relâmpagos mais fulminantes que os da chuva."
"Reencontram-se e se desejam, fome e sede de amor um pelo outro, não conseguem ficar sem fazer amor. Deitados, são dois seres que se unem numa viagem delirante a ponto de se encostarem nas estrelas."
"Ficam envoltos na mesma lua e descem até o fundo do inferno em suas carícias, morbosidade (sic) e erotismo. Unidos de tal forma que não parecem dois."
O tom melodramático volta a se manifestar no fim da sinopse:
"Não é uma novela onde os bons são os pobres e os maus são os ricos. Há um equilíbrio. Uma crítica a muitas personalidades humanas que bem sabemos como são amplas e contraditórias e que, na verdade, buscam só uma coisa... a felicidade."
"E esse Deus... esse misterioso e incontável sentimento, essa maravilha pela qual condenamos e nos redimimos, o amor, provará uma vez mais que é uma arte e que por séculos e séculos nunca se termina de aprender."

Texto Anterior: Erros marcam gravação na Argentina
Próximo Texto: Troca de apresentadores evidencia projetos de Evandro de Andrade
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.