São Paulo, sábado, 27 de abril de 1996
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Acusado de chefiar tráfico é preso no RJ

Ele nega envolvimento com drogas

CLÁUDIA MATTOS
DA SUCURSAL DO RIO

Pedro Gilson Dias de Araújo, 35, apontado pelo chefe da Polícia Civil do Rio, delegado Hélio Luz, como chefe do tráfico na favela Dona Marta, em Botafogo (zona sul), foi preso ontem pela DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes).
Seu mandado de prisão temporária havia sido expedido anteontem pela 18ª Vara Criminal.
Araújo foi preso no início da tarde de ontem, na Ilha do Governador (zona norte), quando ia pegar suas filhas no colégio para levá-las para passar o fim-de-semana com ele em Cabo Frio (160 km do Rio).
Araújo nega qualquer envolvimento com o tráfico de drogas. Segundo ele, seu irmão, conhecido como William da Prata, é que tinha envolvimento com o tráfico e foi morto há dez anos numa briga entre traficantes.
Seu advogado, Paulo David, 45, afirma que há três anos Araújo vem sendo perseguido pela polícia, que, no entanto, nunca conseguiu comprovar seu envolvimento com o tráfico.
Araújo foi preso pelo menos em outras duas ocasiões: durante a ECO-92 e durante a Operação Rio, no ano passado. Nas duas vezes, ele foi solto por falta de provas.
"O cara que matou meu irmão tem influência na polícia. Ele foi preso pela morte do meu irmão e agora fica se vingando em mim."
Ele afirma ter endereço fixo e ser dono de uma madeireira na Região dos Lagos.
"Minhas prisões são baseadas em jornal", disse. "Alguém diz no jornal que eu sou o chefe do tráfico no Dona Marta e a polícia me prende, mas nunca provaram nada", afirmou.
Luz sustenta que o fato de Araújo negar ter envolvimento com o tráfico é uma reação natural de qualquer suposto traficante preso.

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