São Paulo, sábado, 27 de abril de 1996
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Corregedoria espera laudo

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Corregedoria da Polícia Civil está apurando, além da denúncia de tortura, outras supostas irregularidades cometidas na delegacia, como a permanência da menor T.A. durante a madrugada no DP e a incomunicabilidade do casal por mais de 48 horas.
O diretor da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo, delegado Roberto Mauricio Genofre, disse que o caso está recebendo "tratamento prioritário".
Ele encaminhou esta semana ofício à Delegacia Geral de Polícia solicitando fotos de todos os policiais do 15º DP para que Luís Cesar Scwinzekel faça o reconhecimento dos supostos agressores.
"Se houver reconhecimento, convocamos os policiais apontados para o reconhecimento pessoal."
A corregedoria aguarda também o resultado dos laudos de corpo de delito que foram feitos no dia seguinte à entrada do rapaz na delegacia e dias depois da suposta tortura.
"Entretanto, esses laudos dificilmente vão comprovar a prática de tortura, caso ela tenha sido realizada como o rapaz contou. Isso porque o pau-de-arara associado a golpes nos pés e choques elétricos não costumam deixar marcas", afirmou o corregedor.
Segundo ele, a corregedoria terá de colher "provas circunstanciais" (depoimentos de Scwinzekel a detentos sobre a violência que teria sofrido) para comprovar a suposta tortura.
"Esse é mais um caso de denúncia de tortura, que vem reforçar a necessidade da inclusão desse crime no Código Penal Brasileiro", disse o ouvidor da Polícia de São Paulo, Benedito Mariano.
(AL)

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