São Paulo, sábado, 27 de abril de 1996 |
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Palmeiras entra no seu período de provação
MATINAS SUZUKI JR.
(Aproxima-se o clímax do enredo, o seja, aquele momento de uma obra que define a sua perenidade ou a sua fugacidade: a hora "h", na qual saberemos qual é a real envergadura do time, até agora, excepcional em todos os sentidos). Na verdade, não é uma provação tão grande assim. Pela ordem, no Paulista, o Palmeiras pega o São Paulo, a Portuguesa e o Corinthians. Admita-se, logo de cara, que eventuais tropeços nesses clássicos não significam que o alviverde ficará sem o título do segundo turno. Há muito ponto ainda em disputa para ser administrado. O que está em jogo, portanto, é muito mais a possibilidade da manutenção das chances dos outros times, do que propriamente a derrocada do furacão verde. Além disso, analisando caso a caso, a série de jogos não é tão complicada assim. O mais difícil é o de amanhã, contra o esquema tático de Muricy Ramalho, do São Paulo. Mas, se o jogo é difícil para o Palmeiras, é muito mais difícil para o São Paulo. Em princípio, o tricolor se defende com sete (três zagueiros, um líbero, três volantes). Aposta, no contra-ataque, na velocidade dos "madrinhas" da tropa, Almir e Valdir. Não vejo muita alternativa para Muricy: exigir muita aplicação (fator controlável) na marcação e apostar em uma eventual (fator incontrolável) falha da defesa palmeirense aproveitada pela sua dupla de flechas ligeiras. O problema todo começará se (e, na preparação para um jogo, todos os "ses" precisam ser considerados) o Palmeiras fizer um gol -fato que o retrospecto estatístico, se valer, dá como quase certo. Admitindo um empate ou até mesmo uma derrota (creio que não seria de todo ruim para o time passar pela experiência de uma derrota, para ver como o elenco absorverá o resultado negativo) o Palmeiras irá enfrentar a Portuguesa, que anda em um chove não molha daqueles, e depois o Corinthians -já sem nenhum interesse no Paulista. (O Corinthians poderá querer apenas aprontar com o rival Palmeiras, mas resta saber se o custo deste esforço não terá que ser pago pela campanha da Libertadores, segundo tudo indica, a tábua de salvação para o alvinegro este ano). Mas, a prioridade do Palmeiras é a Copa do Brasil. É um torneio tudo ou nada, no qual não se pode vacilar. Principalmente, porque o primeiro jogo do Palmeiras contra o Paraná Clube é em casa. Aí sim, os gols que andam sobrando no Parque Antarctica precisarão ser detonados. * Um passarinho me contou que o Wanderley Luxemburgo ficou muito chateado com as declarações do Muricy, depois do jogo em que o São Paulo venceu o Santos por 2 a 1. O técnico são-paulino teria alfinetado o time do Palmeiras, ao dizer que o seu tricolor era uma equipe que não tinha elenco milionário, mas, sim, garra e disposição. Para quem conhece o Wanderley, foram palavras suficientes para ele ir com tudo, no jogo de amanhã. Texto Anterior: EUA descobrem suposto plano para atentados nos Jogos Próximo Texto: 0s500 Índice |
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