São Paulo, sábado, 27 de abril de 1996
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Tudo leva a Walter Feldman

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Em linha reta, de avião, Brasília está a 870 km de São Paulo. Quando a viagem é boa, em uma hora e 16 minutos se faz o trajeto.
Pois bem, é em Brasília que se tem conversado muito para saber qual será o candidato tucano à Prefeitura de São Paulo. E, ainda que muito distantes da capital paulista, os tucanos da capital federal estão dando quase como certo que o candidato será mesmo o deputado estadual Walter Feldman.
Não era o desejo inicial de Fernando Henrique Cardoso. Não era o que sonhava Mário Covas. Mas é para onde estão convergindo as saídas tucanas.
FHC queria José Serra. "Se ele estiver bem posicionado, vamos forçá-lo", disse o presidente. Serra não quis.
Mário Covas queria Sérgio Motta. Mas o loquaz ministro medrou, com razão. Sabia que suas chances seriam pequenas. Além disso, FHC não o estimulou -muito pelo contrário.
Com isso, o PSDB, partido do presidente da República e do governador de São Paulo, acabou sem um nome de expressão nacional para disputar a prefeitura mais importante do país.
Surgiram nomes locais. Só que, um a um, foram se inviabilizando. Um dos candidatos com peso eleitoral, Celso Russomano, percebeu resistências internas grandes a seu nome. Há indicações de que apoiará Feldman.
O deputado federal Arnaldo Madeira, tido como uma boa opção pela cúpula do PSDB, não tem apoio dos diretórios tucanos na cidade.
O líder do PSDB na Câmara, José Aníbal, uma opção nacional, seria certamente barrado por José Serra e Sérgio Motta. Há ruído nessa relação, de olho no governo do Estado, em 98.
Outros nomes, como Emerson Kapaz, Zulaiê Cobra e Ricardo Tripoli, são apenas nomes. Não vão emplacar.
Já Feldman trabalhou junto aos filiados tucanos e daria uma lavada na convenção municipal. Amanhã, no Palácio dos Bandeirantes, haverá uma pajelança tucana. Pode sair uma eleição primária. É jogo de cena.
Pelo andar da carruagem, o escolhido deve mesmo ser Walter Feldman.

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