São Paulo, domingo, 5 de maio de 1996
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Eficácia 'multiplica' verba

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Aumentar eficiência é o caminho natural para o governo fazer render mais o dinheiro público. Casos da atual gestão mostram que isso é possível.
A Fundação de Assistência ao Estudante pagou 22% mais barato pelos livros didáticos em 95. Na merenda escolar, elevou em 19% sua eficácia e mais alunos comeram por mais dias.
A FAE atendeu 34,158 milhões de estudantes ao longo de 176 dias no ano passado. Em outras palavras, distribuiu 6,012 bilhões de refeições com R$ 674 milhões. Na média, gastou R$ 0,11 por refeição.
No ano anterior, a mesma fundação tinha gasto R$ 432 milhões com 31,096 milhões de alunos ao longo de 101 dias. Na média, gastara mais por refeição: R$ 0,14.
Para o presidente da FAE, José Luiz Portella, as razões para o aumento da eficiência foram a municipalização dos convênios que antes eram feitos com os Estados e uma blitz nos contratos para diminuir a inadimplência das prefeituras.
Com essas duas medidas, a FAE conseguiu gastar no ano passado mais de 99% de seu orçamento para a merenda.
O próximo projeto de Portella é conjugar os gastos da merenda escolar com o programa de agricultura familiar, também coordenado pelo Comunidade Solidária.
A idéia é que o pequeno produtor rural venda o que produz para as prefeituras de sua região elaborarem a merenda.
A merenda hoje supre 30% das necessidades calórico-proteicas dos alunos.
Para elevar esse percentual à 55% ou 60%, com um lanche que o estudante comeria antes de entrar na aula, a FAE precisaria de um acréscimo de R$ 400 milhões em suas verbas.
Outros projetos precisariam de suplementação orçamentária para atender mais crianças.
É o caso do programa de saúde para os alunos da primeira série do 1º grau. Com R$ 20 milhões, a FAE patrocina oito exames-diagnóstico, tratamento e programa educativo para 300 mil crianças.
Para atender os 5 milhões de alunos da primeira série, a FAE precisaria de R$ 330 milhões. A vantagem do projeto é que, por ser preventivo, diminuiria os gastos com saúde mais adiante.

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