São Paulo, domingo, 5 de maio de 1996
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Gaúcho reclama de assédio nas ruas de SP

MALU GASPAR; ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

No feriado de 1º de Maio, o gaúcho Carlos Cardoso foi ao cinema na avenida Paulista e se surpreendeu com o assédio de pedintes.
Na ida, encontrou alguém no vagão do Metrô explicando que precisava pagar a operação da tia. Não mexeu na carteira.
Chegou à avenida e foi parado por uma mulher grávida que dizia ser ambulante, ter tido as coisas apreendidas e pedia dinheiro para jantar. Deu a ela R$ 0,50.
"Esse tipo de assédio me incomoda, especialmente porque não se sabe se as histórias são verdade ou mentira", afirmou Cardoso, que mora em Porto Alegre.
"A gente acaba dando, diante da insistência e da barriga, de onde virá um novo pedinchão (aumentativo de pedinte)."
"Para mim, não importa o show que eles façam. Não compro em semáforos e pronto", disse o motorista Otávio Pinto e Silva, que ficou indiferente ao inglês do vendedor José Roberto Silva.
Como ele, há pedestres e motoristas que reclamam da ação de vendedores, pedintes e, principalmente, dos ambulantes.
O dentista Cesar Aversa, 38, não se incomoda com a presença dos camelôs na Paulista e já é freguês.
"Toda vez que passo por aqui compro alguma coisa dos camelôs, para os meus filhos ou para mim", declara.
Segundo ele, em sua casa nem todos gostam das coisas que ele leva. "Meus filhos às vezes reclamam um pouco dos brinquedos, dizem que é porcaria, mas eu levo assim mesmo", diz, testando uma chave de fenda.
(MGs e RSc)

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