São Paulo, domingo, 5 de maio de 1996 |
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"Showman" e aidético disputam espaço
MALU GASPAR; ROGERIO SCHLEGEL
"Se o cara tem uma conversa diferente, a gente presta mais atenção", explica Rui Mendes, que gostou de ser abordado pelo vendedor José Roberto da Silva, falando frases em inglês -mas não comprou suas balas. O motorista de ônibus Raimundo Antonio conta que está acostumado a ver gente pedindo nos trajetos de seu veículo, no entanto se sensibilizou com uma abordagem nova que sofreu no metrô. "O sujeito apertou a calça contra a perna, muito magra, e disse que estava com Aids. Eu só tinha R$ 6, mas dei R$ 1 para ele", relembra. Diferenciar-se é fundamental numa área em que a criatividade é grande (veja quadro abaixo) e o espaço é disputado pelo "showman" e o pelo aidético. Mesmo quem se propõe a vender produtos como chicletes e balas, sempre pelo custo "universal" de R$ 1, acaba aceitando dinheiro a título de ajuda, sem dar o produto em troca. Não há números oficiais sobre a quantidade de pessoas que pedem ou vendem nas ruas da cidade, mas uma visita ao cruzamento das avenidas Rebouças e Brasil (zona oeste) mostra a concorrência acirrada. A estimativa de Paulo Vitor, coordenador do programa SOS Criança, mantido pela secretaria, é de que haja pelo menos um adulto para cada menor apontado na pesquisa -que também não contempla as crianças que vendem ou pedem fora de cruzamentos. (MALU GASPAR e ROGERIO SCHLEGEL) Texto Anterior: Marketing amplia 'salário' de pedinte Próximo Texto: 'Falar inglês é meu marketing' Índice |
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