São Paulo, domingo, 5 de maio de 1996
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Berzoini quer limite máximo de desconto

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Há quem considere que são necessárias regras para coibir "abusos" dos sindicatos na cobrança das contribuições não-voluntárias (confederativa e assistencial).
O presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ricardo Berzoini, considera que uma nova estrutura sindical deveria prever a existência de só uma delas, com desconto máximo de 3% de um salário mensal no ano.
"Mais do que isso é abuso!", diz Berzoini. Para ele, os sindicatos não devem viver somente da contribuição voluntária dos filiados.
"Quando fechamos um acordo salarial com os banqueiros, todos os bancários se beneficiam, mesmo os não-filiados ao sindicato."
Mas Berzoini considera que a maior parte da arrecadação do sindicato deve vir das contribuições voluntárias dos filiados, como já acontece na sua entidade.
O presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, também da CUT, Everaldo Gouveia, concorda. Ele diz que a sua entidade cobra hoje de confederativa 12% de um salário mensal no ano porque "está se estruturando para, no futuro, viver só das mensalidades dos associados".
Hoje, o sindicato dos jornalistas cobra R$ 7,50 ao mês dos filiados.
Os sindicatos de petroleiros vivem só da contribuição voluntária dos associados, segundo Antônio Carlos Spis, coordenador da Federação Única dos Petroleiros.
"Somos contra qualquer contribuição não-voluntária."
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, e Francisco Pereira de Sousa Filho, o Chiquinho, presidente do Sindicato dos Padeiros, ambos da Força Sindical, discordam.
"Não há tradição cultural no Brasil para uma entidade viver da contribuição voluntária dos filiados", diz Chiquinho.
Para Paulinho, "os trabalhadores não sustentam voluntariamente nem o Corinthians, imagine o sindicato".
(CPL)

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