São Paulo, domingo, 5 de maio de 1996
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Econômico dá desfecho inesperado aos fundos

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Os fundos de investimento são considerados menos seguros que a poupança e os CDBs (certificados de depósito bancário), pois não estão protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos, que segura aplicações de até R$ 20 mil por pessoa contra quebras de bancos.
O caso Econômico provou que o desfecho dos fundos, em caso de liquidação de instituição financeira, pode não ser tão trágico quanto se esperava. Depende, isto sim, de quem comprar o banco quebrado.
Os cotistas dos R$ 274 milhões depositados nos fundos de investimento do Econômico esperavam perder uma parte do capital investido, já que eles certamente abrigavam papéis do próprio banco, até o limite de 30% das carteiras de renda fixa.
Mas a direção do Excel Econômico -como renasceu o banco baiano após nove meses de intervenção do Banco Central- decidiu dar aos cotistas dos fundos o mesmo rendimento assegurado aos investidores em poupança e CDBs durante o período de intervenção.
Todos receberam, sobre as aplicações em 11 de agosto de 1995, o rendimento de TR mais 6% ao ano, ou 17,47% brutos (antes do Imposto de Renda).
"Demos isonomia aos investidores, para ninguém sair prejudicado", afirmou Darci Gomes do Nascimento, diretora do Excel Econômico.
Como os fundos do Econômico tinham uma composição de carteira que foi extinta pelo BC no final do ano passado, eles deixaram de existir automaticamente no dia 30 de abril. O dinheiro foi depositado na conta corrente dos clientes.
Só resta aos novos donos do Econômico abrirem as carteiras dos fundos extintos para ver se, por acaso, eles não teriam rendido mais que 17,47%.

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