São Paulo, domingo, 5 de maio de 1996
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Revista aponta 'Big Mac' como o melhor

THALES DE MENEZES
DA REDAÇÃO

Pesquisas anuais da revista norte-americana "Tennis Magazine", a bíblia do esporte, apontam sempre John McEnroe como o melhor tenista de todos os tempos.
Quem nunca o viu em ação e analisa o esporte pelos números acha que o destaque dado a ele é exagerado. Quem viu alguma vez o "Big Mac" na quadra sabe que se trata do maior talento da história.
Talento é realmente a palavra adequada. McEnroe batia na bolinha com uma naturalidade quase infantil, sem demonstrar esforço.
Nos jogos de McEnroe contra Bjorn Borg, o sueco optava sempre pela devolução mais óbvia, tentando vencer pela regularidade. McEnroe ficava então responsável pelos golpes inusitados, pelas "bolas impossíveis".
Outro rival histórico foi Ivan Lendl, o "robô tcheco", uma máquina de rebater. Do outro lado da rede, McEnroe brincava de jogar.
Resumo da história: McEnroe foi sempre um "showman", mesmo jogando na época mais competitiva do tênis profissional.
Causou furor ao chegar às semifinais de Wimbledon em 1977, com 18 anos (é bom lembrar que o tênis não era tão precoce nos anos 70). Antes de completar 20 anos, venceu seis torneios e conquistou sua primeira Copa Davis.
Os títulos aumentavam na mesma proporção das históricas brigas com os árbitros, que renderam a ele multas e fama de "reclamão".
Conseguiu o feito inédito de liderar simultaneamente os dois rankings da ATP (simples e duplas).
Encontrou no compatriota Peter Fleming o parceiro ideal. Formaram a melhor dupla de todos os tempos, quebrando recordes de títulos e séries invictas.
Sozinho, ganhou os principais torneios, com exceção do Aberto da França. Número um do mundo por quatro anos (1981-84), só decaiu no ranking quando o esporte se tornou uma coisa "chata".
O biênio 1986/87 foi marcado pelo casamento com a atriz Tatum O'Neal, uma série de contusões e duas suspensões seguidas.
Chateado, ele se cansou da rotina e passou a jogar poucas partidas. Quando resolvia jogar para valer, dava espetáculo. Seu canto do cisne foi o título da Copa Davis em 92. Sua atuação antológica na final contra os suíços garantiu o título.

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