São Paulo, segunda-feira, 13 de maio de 1996
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Bancos mudam estratégia e investem mais no cliente

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os bancos estão mudando sua estratégia de marketing e procurado fazer campanhas publicitárias centradas nos clientes.
Essa mudança é consequência da estabilidade monetária e da redução das taxas nominais de juros.
"Em alguns casos, os anúncios nem parecem publicidade de banco", reconhece Washington Olivetto, 44, presidente da agência W/Brasil, que atende o Unibanco.
Um exemplo é a série de filmes para televisão sobre o "casal Unibanco", que retrata cenas da vida de um casal de supostos clientes.
A repercussão dessa campanha junto ao público tem sido tão favorável, diz Olivetto, que a agência vai começar a veicular, brevemente, um anúncio em que será apresentado ao público o casal que vai representar o Unibanco Seguros.
Os clientes também são os personagens principais das campanhas do Banco Itaú, diz Antonio Jacinto Matias, 49, diretor de marketing.
Focalizar o cliente
A preocupação em focalizar os clientes pode ser notada tanto nas campanhas institucionais quanto nos anúncios de apresentação dos serviços e produtos, diz Matias.
O grupo Itausa foi a empresa do setor financeiro que mais gastou com publicidade no ano passado, segundo o Instituto Nielsen. O banco não divulga quanto investe em publicidade.
A nova estratégia dos bancos não reflete em maiores volumes de investimentos. Os gastos das instituições com publicidade neste ano deverão ser semelhantes aos de 95.
Desde o lançamento do Plano Real, em 1994, o setor financeiro passou a gastar menos com campanhas publicitárias, como parte dos esforços de contenção de gastos nesse período de estabilidade.
No ano passado, os investimentos em marketing de bancos e outras instituições financeiras ficaram praticamente no mesmo volume que no ano anterior, segundo levantamento da Nielsen.
Isso contrariou a tendência geral dos outros anunciantes, que aumentaram em muito suas verbas publicitárias em 95.
Estaduais contidos
Neste ano, segundo o levantamento de uma agência de propaganda, o comportamento mais discreto dos bancos deve se repetir. Essa contenção está acontecendo especialmente no caso dos bancos estatais.
Alguns deles, como o Banespa e a Caixa Econômica Federal (CEF), entravam sempre nas listas dos 20 maiores anunciantes do país no início da década de 90. Desde o ano passado, isso não acontece mais.
Entre os bancos, a maioria das instituições investe pesadamente em anúncios para televisão. Uma das exceções é o Banco Mercantil de São Paulo.
O Mercantil usualmente só faz campanha na mídia impressa e em rádio, informa seu vice-presidente sênior, Raul Pereira Barreto, 58.
O banco acha que esses são os veículos mais apropriados a sua imagem de discrição.

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