São Paulo, segunda-feira, 13 de maio de 1996
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"Guerra das cervejas" só teve vencedor, afirma Antarctica

DA REPORTAGEM LOCAL

"Na 'guerra das cervejas' não houve nenhum perdedor, ninguém saiu machucado; todos saíram mais maduros, mais calejados."
A afirmação, do diretor de marketing da Companhia Antarctica Paulista, Paulo Pereira, define bem o que foi, nos últimos anos, a "guerra" travada entre as duas maiores cervejarias do país (Antarctica e Brahma).
Pereira deu palestra, na última quarta-feira, no auditório da Folha, dentro do ciclo "Arena do Marketing", promovido pelo jornal. Ele falou sobre "Antarctica: A História de uma Paixão".
A "guerra" das cervejas foi travada em diversas campanhas publicitárias nos últimos anos. O objetivo era um só: vender mais do que a concorrente.
Por causa dessa "guerra", Pereira diz que nenhum outro mercado esteve tão dinâmico no país nos últimos anos. "Nunca o marketing foi usado com tanta violência."
Segundo Pereira, hoje a tarefa de marketing de uma empresa como a Antarctica é gigantesca. O motivo é simples, afirma: "Vendemos algo apaixonante, vendemos festa o ano todo, no país todo."
O consumidor é o rei
Até 1991, a produção de cerveja no país era menor do que o consumo. Prova disso é que no início de cada ano, especialmente no Carnaval, era comum a faltar o produto.
Por isso, os distribuidores eram os reis do mercado. Os supermercados, bares e padarias disputavam os caminhões que entregavam o produto.
Foi um período em que as cervejarias estavam "acomodadas", segundo Pereira.
A crise econômica do início da década fez as empresas "acordarem", investindo pesadamente para aumentar a produção.
As linhas de produção foram modernizadas, novas fábricas surgiram. Tudo para atender o novo rei do mercado -o consumidor, afirma Pereira.
Somente no ano passado a Antarctica investiu US$ 8 milhões em treinamento da equipe de vendas. Agora, está construindo uma nova fábrica, em Joinvile (SC), com investimentos de US$ 190 milhões.
Quando inaugurada, a fábrica produzirá 400 milhões de litros de cerveja e 200 milhões de litros de refrigerantes por ano.
Hoje, segundo Pereira, o consumidor entende que a Antarctica e a Brahma se revezam na liderança do mercado.
"A disputa é dura, mas estamos posicionados entre as maiores cervejarias do mundo", diz o diretor.
Pereira lembrou que por cinco anos consecutivos (entre 1991 e o ano passado) a Antarctica é a cerveja mais lembrada pelos consumidores no país na pesquisa "Top of Mind", feita pelo Datafolha.

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