São Paulo, segunda-feira, 13 de maio de 1996
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DISPUTA EM SÃO PAULO

As pesquisas mais recentes do Datafolha mostram uma situação equilibrada entre Luiza Erundina (PT) e Francisco Rossi (PDT) na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Como ambos têm larga vantagem em relação aos demais candidatos e pré-candidatos, uma alteração nesse cenário depende da definição de algum outro pretendente com densidade eleitoral.
Nesse sentido, o apoio do prefeito Paulo Maluf à candidatura de seu secretário Celso Pitta não parece alterar o quadro eleitoral. Tende antes a reduzir -ao menos temporariamente- uma das variáveis. Pitta aparece na pesquisa de 26 de abril com popularidade de 1% a 3%, dependendo de qual o candidato escolhido pelo PSDB. Rossi e Erundina oscilam ao redor dos 30% e João Leiva (PMDB) tem entre 7% e 9% das preferências.
É claro que a campanha eleitoral pode alterar significativamente a grande desvantagem atual do candidato do prefeito. De qualquer modo, Celso Pitta parece ser extremamente fiel a seu patrono -o secretário é ex-funcionário da Eucatex, empresa da família Maluf, e, diferentemente de Reinaldo de Barros, não tem hoje expressão política própria. A indicação de um candidato negro, ademais, pode contribuir para dar uma imagem mais progressista ao prefeito.
Os dois nomes que têm mais chances de alterar o cenário do segundo turno parecem ser José Serra e Romeu Tuma, ambos senadores eleitos com expressiva votação. Na disputa pela capital paulista, Serra aparece com 18% das intenções de voto. Tuma não era cotado como candidato.
O ex-secretário da Polícia Federal anunciou sua candidatura, mas reconheceu que seu partido não tem estrutura financeira para disputar a eleição na capital (diz esperar o apoio do PFL). Tuma teria de enfrentar, ainda, a questão de seu passado na direção do Dops durante o regime militar. Serra diz que não é candidato e parece ter razões para isso. São, de todo modo, variáveis por definir.
Tudo faz crer, portanto, que o quadro atual ainda não é definitivo.

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