São Paulo, domingo, 26 de maio de 1996
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Problema de joelho aumenta em idosos

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Operar o menisco não é mais uma "exclusividade" dos jovens. Mais da metade das pessoas que se submetem hoje a uma artroscopia -cirurgia realizada no joelho para a retirada de um fragmento do menisco (leia texto abaixo)- têm mais de 50 anos.
Esse dado sugere que a população de terceira idade tem uma atividade física mais intensa do que há uma década.
Os meniscos são estruturas em forma de meia-lua, de consistência amolecida, que funcionam como "buchas" de ajuste entre duas estruturas ósseas bastante rígidas. Eles distribuem a carga e estabilizam a articulação.
Gilberto Camanho, professor do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas da USP, diz que um levantamento feito em 91 indicava que 70% dos pacientes que haviam realizado cirurgia de menisco até aquela data eram jovens e que apenas 30% estavam na terceira idade.
Cinco anos depois, segundo Camanho, mais de 50% dos pacientes que estão sendo operados têm mais de 50 anos.
"Se o esporte é ótimo para o coração e para os pulmões, já não se pode dizer o mesmo para os joelhos", afirma Camanho.
A principal proteção para o joelho é a massa muscular. As pessoas que começam a fazer caminhadas diárias, de uma hora para a outra, e que não têm uma musculatura bem desenvolvida nas pernas, podem provocar um desgaste progressivo na articulação do joelho.
Ao contrário dos jovens, que têm, em geral, um rompimento abrupto do menisco, na terceira idade, a lesão acontece de forma mais gradual. É um processo degenerativo. O sintoma mais característico é dor na face interna do joelho, que acaba piorando à noite.
Outros sinais do problema são dor ao se agachar, ao realizar grandes caminhadas e após um repouso prolongado. Algumas pessoas também têm "falseios" no joelho.
A empresária Michelina Ferrari, 61, operou seu menisco no início de maio. Ela machucou o joelho há três meses, quando passava uma temporada em um spa.
"Durante alguns dias, fiz longas caminhadas e muita hidroginástica. comecei a sentir uma dor moderada no joelho. De volta a São Paulo, a dor aumentou, tinha uma sensação de que alguma coisa prendia meu joelho e passei a mancar e a andar com dificuldade."
Michelina procurou um ortopedista, fez um exame de ressonância magnética do joelho e teve que se submeter a uma artroscopia para retirada de parte do seu menisco.
"Agora estou me sentindo muito bem. Já estou na minha sexta sessão de fisioterapia e praticamente não sinto dor".

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