São Paulo, domingo, 26 de maio de 1996
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Salário variável é realidade para 71%

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O salário fixo já deixou de ser uma regra nas empresas, que estão pensando em várias formas diferentes de remuneração.
Pesquisa inédita da consultoria Coopers & Lybrand mostra que só 29% das empresas não estão pensando em alterar remuneração.
"A remuneração está sendo encarada como uma forma de impulsionar as organizações", analisa Vicente Picarelli Filho, 47, sócio-diretor da Coopers & Lybrand.
"A tendência é de mudar a idéia segundo a qual salário é meramente um fator de custo", diz.
Um exemplo é o que acontece na Localiza, de aluguel de carros, há cinco anos. Além do fixo, eles têm mais três formas de remuneração.
Todo funcionário pode receber entre 30% e 70% do salário a mais. Quem supera em 20% as metas, ganha adicional trimestral ou semestral. Além disso, a empresa paga todo ano 10% do lucro -que no ano passado foi de R$ 17 milhões.
"Quem só paga fixo perde oportunidade de melhorar produtividade", diz Fernando Campos, 43, diretor de assuntos corporativos.
Segundo ele, o envolvimento dos funcionários foi o principal fator para o crescimento de 103% em 95.
Algumas empresas ainda aplicam, porém, a remuneração funcional, principalmente no pessoal administrativo e operacional.
A remuneração por desempenho é mais aplicada em diretoria (18%) e gerência (19%). Na área administrativa, cai para 6%.
Um dos problemas das empresas é implantar remuneração por habilidade. Algumas descobrem que há altos salários para pessoas que não apresentam a mesma habilidade de níveis inferiores.
"Quem ganha mais do que a habilidade que tem, é chamado de 'devedor de habilidade'. Aí ele entra num programa de aquisição de habilidade." É feito então um "inventário" -e decide-se então pela preparação ou demissão.
A jornada flexível de trabalho já é uma realidade para 35% das empresas. Programa de previdência privada também, para 37%.

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