São Paulo, domingo, 16 de junho de 1996
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Os "cremes da nova era"

DA "NEW SCIENTIST"

A tretinoína é a única droga anti-rugas até agora aprovada pela Food and Drug Administration (FDA, departamento do governo americano que controla a qualidade de alimentos e medicamentos).
Há, no entanto, uma nova geração de produtos que os laboratórios de cosmética estão desenvolvendo com base em boa pesquisa: os ácidos alfa hidroxi (AHA) e os antioxidantes, bases dos "cremes da nova era".
O dermatologista americano Eugene Van Scott tratou 27 mulheres com soluções diluídas de ácido glicólico, um tipo de AHA. A droga foi aplicada duas vezes por dia durante três meses. O médico diz que houve melhoras "muito significativas" em 12 casos e "moderadas" em outros 9. Supõe-se que o AHA aumente a velocidade de descamação das camadas exteriores da epiderme (a superfície da pele).
Em fevereiro de 1995, Scott e a dermatologista Chérie Ditre publicaram um artigo na revista da Academia Americana de Dermatologia sobre outros efeitos benéficos dos AHA.
Aplicada durante seis meses, a droga afinou a pele dos pacientes em cerca de 25%, em média. O número de moléculas que absorvem água (GAG) aumentou e as fibras de elastina (que sustentam a pele) tornaram-se semelhantes às das peles jovens. Os AHA, no entanto, ainda precisam ser testados rigorosamente em extensas avaliações clínicas.
A vitamina E e outros antioxidantes são outras estrelas emergentes dos tratamentos para a pele. Teoricamente, eles limpam o organismo dos "radicais livres" que se formam quando os raios ultravioleta atingem moléculas dentro das células da pele.
Sheldon Pinnel, chefe do departamento de dermatologia da Universidade Duke (EUA) diz ter desenvolvido um produto com uma forma de vitamina C que, além de antioxidante, também evita o processo de supressão de células de defesa presentes na pele, causado por queimadura solar, o que pode provocar câncer.
Não se pode esperar que todas as drogas anti-rugas sejam tão bem testadas quanto o ácido retinóico o foi. "Para provar os benefícios do ácido retinóico foram gastos milhões de dólares", diz Dan Piacquadio, professor de dermatologia da Universidade da Califórnia em San Diego (EUA).

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