São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 1996
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Serra catarinense destaca turismo rural

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
ENVIADO ESPECIAL A LAGES

A cidade de Lages, localizada na serra de Santa Catarina, é conhecida como a capital brasileira do turismo rural.
As fazendas que recebem turistas tentam manter a tradição dos tropeiros paulistas, que fundaram a cidade em 1766. Para melhorar a infra-estrutura, algumas fazendas já contam com quartos aquecidos.
Essas fazendas oferecem passeios a cavalo, caminhadas pelos campos, festas com música gaúcha, comida campeira e alguns dias em clima de montanha, com hospedagem rústica.
Um boa opção para o turista é desfrutar dos licores de frutas da região. A cozinha traz pratos como arroz com charque, quirera, cabrito assado e ao molho, queijos, churrascos e doces, além dos preparados à base de pinhão e semente de araucária.
Hospitalidade
O que diferencia o turismo rural, diz Laelio Bianchini, 55, dono da fazenda Barreiro, é a forma de receber o turista.
"No começo, as pessoas dormiam na mesma casa que a minha família", diz ele, que adaptou a fazenda e agora abriga 6.000 hóspedes por ano.
Adornando a região das fazendas, as taipas -muros de 60 km feitos de pedra- eram usadas pelos tropeiros para conduzir o gado e são outra marca da região.
Fauna aquática
As águas frias e puras dos rios da região de Lages, a altitudes de até mil metros, além dos passeios e banhos de cachoeira, ganharam a opção da pesca, com o povoamento de um milhão de trutas, peixe nobre muito apreciado no local.
O ex-senador Dirceu Carneiro, entusiasmado com a truta, diz que a pesca não afeta o equilíbrio do ambiente.
Em razão das condições de clima e relevo, Lages recebeu a Estação Nacional de Aquicultura, que pesquisa a adaptação do peixe e vende alevinos (filhotes de peixe). Santa Catarina produz 500 toneladas de trutas por ano.
A truta, livre de poluição, leva a vantagem de não se reproduzir no período da piracema brasileira.
Festa do Pinhão No final de maio, os 1.560 lugares nos hotéis e fazendas ficam lotados para a Festa Nacional do Pinhão, que vende, em dez dias, até 300 mil ingressos.
São mais de cem shows de música nativista, incluindo um festival. No inverno, os termômetros marcam abaixo de 0°C. Pode até nevar.

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