São Paulo, sexta-feira, 21 de junho de 1996
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Transporte define sucesso da greve geral

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

O sucesso da greve geral contra o desemprego marcada para hoje depende do funcionamento dos transportes. As centrais sindicais jogaram todo o peso para paralisar ônibus e metrôs em todo o país. Assim procuram dificultar ao máximo o acesso de outras categorias aos locais de trabalho.
Pelo menos 12 Estados devem sofrer paralisação nos transportes de ônibus, trem ou metrô.
"Sabemos de nossa responsabilidade nessa greve. Somos o álibi para outras categorias", disse José Alves, o Toré, presidente do Sindicato dos Condutores de São Paulo.
Em São Paulo, a Justiça determinou ontem que os motoristas de ônibus e metroviários garantam o transporte da população que quiser ir trabalhar hoje.
Os sindicatos não vão cumprir a determinação e pretendem parar 100% da frota de ônibus e manter fechadas as estações do metrô.
A Transurb -entidade que reúne os donos de empresas de ônibus- promete descontar as horas paradas e o domingo dos grevistas e ameaça com demissão.
PMs nos ônibus
A Polícia Militar foi convocada para estar nas garagens. A São Paulo Transportes -empresa da prefeitura que gerencia o sistema de transporte- não descarta a possibilidade de colocar a Guarda Civil Metropolitana ou a PM para guiar os ônibus.
A direção do metrô não tem esquema especial para garantir o funcionamento dos trens.
"Se eles fecharem as estações o dia todo, terão de arcar com as consequências depois", disse José Roberto Generoso, gerente de recursos humanos do metrô. Uma delas será o desconto do domingo.
Os trens da Fepasa e da CPTU (Companhia Paulista de Transportes Urbanos) funcionam normalmente. Os sindicatos apóiam a greve mas temem demissões.
A liminar que determina a garantia do transporte em São Paulo foi concedida pelo presidente do Tribunal Regional do Trabalho, juiz Rubens Tavares Aidar.
Lei de greve
Ele argumentou que, pela lei de greve, devem ser garantidos os serviços essenciais para atendimento das necessidades inadiáveis da população e o trabalho é uma necessidade inadiável.
Pela liminar, se os sindicatos não cumprirem a determinação estarão sujeitos a multa.
O diretor-executivo da Transurb, Carlos Alberto de Souza, disse que convocou a polícia para estar nas garagens por causa da possibilidade de violência por parte dos piqueteiros.

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