São Paulo, sábado, 22 de junho de 1996
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Pitta propõe polícias Civil e Militar 'municipais

Candidato do PPB não tem cálculo de custo

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Candidato do PPB e do prefeito Paulo Maluf à Prefeitura de São Paulo, Celso Pitta, prometeu ontem "municipalizar" as polícias Civil e Militar. O objetivo, segundo ele, seria suprir dificuldades do Estado na área da segurança pública.
Pitta está querendo incorporar ao seu programa de governo uma das antigas bandeiras das campanhas de Maluf, seu padrinho político.
A proposta tem alvo eleitoral. Ele mesmo reconhece a dificuldade para a execução do plano. Para que isso ocorra, há necessidade de mudanças na atual legislação, inclusive na Constituição.
Pitta defendeu essa proposta durante palestra na manhã de ontem na Apeop (Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas). Evitou fazer críticas diretas ao governador Mário Covas (PSDB) por causa da inoperância da polícia.
Mas disse que o efetivo policial da cidade de São Paulo "está aquém das necessidades" de uma população de 10 milhões de habitantes. Afirmou que grandes cidades do mundo administram suas polícias com "grande sucesso".
"Nossa população de 10 milhões de habitantes é maior do que qualquer outro Estado da Federação. Necessitamos de um tratamento de Estado para a cidade", afirmou. A solução, segundo ele, é a municipalização das polícias.
O candidato malufista não sabe nem mesmo quanto representa para os cofres municipais a incorporação das polícias. Em seus planos, constam recursos municipais e estaduais, além de repasses de tributos federais.
"Temos condições de arcar com isso", afirmou. Segundo Pitta, as polícias Civil e Militar agiriam em conjunto com a Guarda Civil Metropolitana. A legislação veta o poder de polícia a essa guarda.
Pitta também defendeu a participação da Prefeitura de São Paulo no plano de expansão do metrô da cidade. Mas não pretende "municipalizar" o metrô.
Disse que, se eleito, pode utilizar recursos municipais para a construção de novas linhas do metrô. "Mas isso dentro de um sistema de parceria com os governos estadual e federal", afirmou.
Criticou a gestão de Luiza Erundina (PT) na Prefeitura paulistana. Para ele, houve "um inchaço muito grande" no funcionalismo, que passou de 130 mil, em 1988, para 165 mil, no final da gestão, em 1992. Erundina não foi localizada às 18h de ontem em seu comitê.

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