São Paulo, sábado, 22 de junho de 1996
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Empresas tiveram ônibus depredados

DA REPORTAGEM LOCAL

As empresas de ônibus das principais cidades brasileiras foram as mais afetadas pela greve geral. A ação dos grevistas para impedir a circulação dos veículos resultou na depredação de pelo menos 280 carros.
Os piqueteiros usaram pedras e bolas de gude para atingir os vidros dos ônibus para impedi-los de transitar pelas cidades.
Também foram registradas as prisões de, pelo menos, 37 pessoas. No balanço da violência da paralisação, 10 ficaram feridas.
Em São Bernardo, um metalúrgico da Ford levou um tiro no pé. No Rio, policiais chegaram a travar um tiroteio com traficantes que estavam próximos a uma garagem de uma empresa de ônibus.
Ainda em São Paulo, a Polícia Civil informou que 13 pessoas foram detidas e cinco foram presas em flagrante no Estado por causa de depredações e de piquetes durante a greve geral. Pelo menos dois motoristas de ônibus, um cobrador e um passageiro ficaram feridos.
Segundo o delegado Jair Cesário da Silva, diretor do DCS (Departamento de Comunicação Social, o serviço de inteligência da Polícia Civil), o número de feridos pode ser maior, pois ele está baseado apenas nos casos registrados nas delegacias de polícia do Estado.
Os dados do relatório do DCS são referentes ao período das 22h de anteontem às 18h ontem.
Segundo o documento, aconteceram quatro prisões na Grande São Paulo e uma no interior. As duas detenções em flagrante aconteceram na área metropolitana. Dos 13 detidos, pelos menos 8 seriam sindicalistas.
Todos os detidos foram soltos após a polícia fazer termos circunstanciados (documento que será enviado ao tribunal de pequenas causas criminais) dos casos.
Os casos mais graves de violência ocorreram na zona leste da capital. Às 20h de anteontem no Parque Boa Esperança, manifestantes atiraram pedras em um ônibus da Viação Santo Estevão. O motorista perdeu o controle do ônibus e bateu. O cobrador Odair dos Santos ficou ferido sem gravidade.
Ontem, um ônibus da Viação Penha-São Miguel foi apedrejado no Jardim dos Ipês. O passageiro Antônio de Oliveira Lima foi ferido.
A Polícia Militar afirmou que pôs 18 mil homens nas ruas paulistanas. "A greve foi relativamente calma", disse o tenente-coronel Paulo Régis Salgado, assessor do comando da PM.

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