São Paulo, sábado, 22 de junho de 1996
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BC libera mais R$ 1 bilhão ao Econômico

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O programa de fusões bancárias liberou R$ 1,015 bilhão ao Banco Econômico, além dos R$ 2,954 bilhões anunciados pelo Banco Central em maio.
Esse dinheiro adicional, omitido pelo governo, foi posto à disposição do Econômico no mês passado, por meio de três linhas de crédito do Proer -como foi batizado o programa de fusões.
O BC confirmou ontem a operação à Folha, por meio de sua assessoria de imprensa.
A absorção do Econômico pelo Banco Excel foi anunciada pelo presidente do BC, Gustavo Loyola, e pelo diretor de Fiscalização, Cláudio Mauch, no dia 17 de maio.
Extra
No início deste mês, a CEF (Caixa Econômica Federal) divulgou ter recebido R$ 1,686 bilhão do Proer para assumir os empréstimos habitacionais do Econômico, rejeitados pelo Excel.
Com o dinheiro extra liberado ao Econômico, o total de recursos envolvidos na venda para o Excel sobe de R$ 4,640 bilhões para R$ 5,655 bilhões.
As três linhas adicionais abertas ao banco baiano constam de dois relatórios enviados pelo BC à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, consultados pela Folha.
Nova linha
No primeiro documento, datado de 29 de maio, informa-se que, além da linha anunciada de R$ 2,954 bilhões, havia sido liberada ao Econômico outra linha de R$ 391 milhões.
Em garantia à última linha de crédito, o banco entregou ações da Açominas e da Conepar.
O total liberado serviu para que o Econômico quitasse sua dívida junto ao BC (R$ 2,3 bilhões), pagasse salários aos funcionários e promovesse um programa de demissões voluntárias. Além disso, R$ 400 milhões foram transferidos ao Excel.
Dívida externa
No segundo ofício do BC, datado de 30 de maio, informa-se a existência de duas outras linhas de crédito ao Econômico.
A primeira foi aberta em 10 de maio, de R$ 393 milhões. A segunda, aberta em 22 daquele mês, de R$ 231 milhões.
Segundo as explicações do BC, os créditos foram abertos para que o Econômico completasse o pagamento de sua dívida junto ao BC e a transferência de ativos ao Excel.
Os empréstimos foram garantidos por títulos da dívida externa brasileira no valor de R$ 748 milhões -que, aparentemente, o Econômico já possuía.
O BC não explica a razão pela qual as duas linhas não eram mencionadas no primeiro documento.

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