São Paulo, quarta-feira, 26 de junho de 1996 |
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Ex-ministra responsabiliza seu secretário
DA SUCURSAL DO RIO, DA SUCURSAL DE BRASÍLIA A ex-ministra da Economia Zélia Cardoso de Mello disse à Folha que repetirá, no depoimento ao Supremo Tribunal Federal sobre o caso Rodonal, amanhã, o que já falou sobre o assunto na Polícia Federal, há três anos.Acusada de corrupção passiva, Zélia voltará a responsabilizar seu ex-secretário particular, João Carlos Camargo, pelo recebimento de cheques de correntistas fantasmas ligados ao esquema operado por Paulo César Farias, o PC. Segundo a investigação inicial da PF, a ex-ministra teria autorizado reajuste de 14,4% nas tarifas de transporte interestadual um dia depois de receber US$ 813 mil da Rodonal (Associação de Empresas de Transporte Rodoviário Interestadual e Internacional). PC teria intermediado a operação. Ao apreciar a denúncia, em dezembro de 1995, o STF rejeitou a apreensão pela PF de material no escritório de PC como prova de pagamento da propina. A apreensão foi considerada prova ilegal. A denúncia foi aceita porque o STF entendeu haver indícios suficientes de que Zélia Cardoso de Mello teria usado recursos originários de contas fantasmas para reformar sua casa em São Paulo e para compra de passagens aéreas. Fantasmas Camargo, que recebeu mais de US$ 800 mil dos fantasmas em uma conta do Banespa, alega que o dinheiro foi repassado para Zélia. Procurado ontem pela Folha, Camargo não foi encontrado. "Pois é, a Justiça tem que decidir quem está falando a verdade", afirmou a ex-ministra, dizendo estar falando o que "verdadeiramente ocorreu" e negando a versão de Camargo. Segundo ela, o aumento do preço das passagens foi técnico, "como todo assunto decidido por um ministro". Zélia afirma que "foi elaborado um parecer técnico, pela área técnica do ministério, recomendando o aumento". Defesa de PC O empresário Paulo César Farias, assassinado domingo, deveria depor nesta sexta-feira. PC era acusado de corrupção ativa. Segundo o advogado D'Alembert Jaccoud, da defesa de PC, o empresário diria que recursos usados por Zélia e outros membros do governo eram sobras de arrecadação de campanha. A ex-ministra Zélia prestará depoimento a partir das 9h ao ministro Néri da Silveira. Colaborou a Sucursal de Brasília Texto Anterior: Ausência de PC prejudica defesa de Zélia Próximo Texto: Deputado pode manter privilégio até 99 Índice |
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