São Paulo, quarta-feira, 26 de junho de 1996
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País tem 10,5 mi de botijões sucateados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA REPORTAGEM LOCAL

O vice-presidente do Sindigás (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo), Lauro Cotta, disse ontem que cerca de 10,5 milhões de botijões de gás existentes no país estão sucateados e deveriam deixar de circular no mercado.
As empresas pediram, em audiência na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados, aumento de R$ 0,20 no preço dos botijões para custear a requalificação dessas unidades.
"Temos 30 milhões de botijões precisando de requalificação, dos quais cerca de 35% estão sucateados", afirmou Cotta.
Levantamento da comissão indica que os vazamentos de gás causam 45 incêndios diários em todo o país. Só neste ano foram registrados 1.703 acidentes em São Paulo.
Os outros 19,5 milhões de botijões que necessitam de requalificação devem passar por testes de segurança que determinarão a necessidade de reforma na estrutura e de troca de válvulas.
Segundo o Sindigás, a requalificação de cada botijão custa, em média, R$ 7. A colocação no mercado de um novo para substituir o sucateado custa outros R$ 21.
O DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor) estuda, há nove meses, uma regulamentação do setor que obrigue as empresas a atender normas mínimas de segurança.
O principal problema é o envasamento de botijões de outras marcas. "Como uma empresa enche botijões de outra, fica difícil apontar os responsáveis em caso de acidentes", disse o diretor do DPDC, Nelson DÁlbuquerque.
Inicialmente, o governo queria que as próprias empresas criassem um código de auto-regulamentação. "Não houve acordo. Por isso decidimos baixar uma regra", disse DÁlbuquerque.
Osasco
A polícia ouviu ontem à tarde dois comerciantes que tinham lojas no Osasco Plaza Shopping, onde uma explosão no último dia 11 provocou a morte de 42 pessoas.
Um deles confirmou que sentia cheiro de gás. Segundo o delegado Flávio Nogueira, assistente da Delegacia Seccional de Osasco, que não forneceu o nome dos depoentes, um deles foi enfático sobre o cheiro forte de gás de cozinha.
Técnicos do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) estiveram ontem no shopping. Segundo a assessoria de imprensa, eles procuravam novos focos de gás com um equipamento de perfuração.

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