São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 1996
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Assembléia aprova privatizações em SP

FÁBIO SANCHEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo de Mário Covas conseguiu aprovar na manhã de ontem na Assembléia Legislativa o Programa Estadual de Desestatização (PED), o projeto mais importante de sua gestão. O PED pode gerar a arrecadação de R$ 20 bilhões para o Estado.
O programa prevê a privatização de quatro empresas estatais da área de energia -CPFL, Eletropaulo, CESP e Comgás. Outra empresa, a ser criada, incorporará as quatro para viabilizar o processo.
O projeto foi aprovado após uma madrugada de debates entre os deputados. Os integrantes das bancadas do PT e do PPB fizeram o possível para evitar sua aprovação, alegando irregularidades no decorrer do processo. Os partidos de oposição também querem a apuração de uma denúncia do deputado Erasmo Dias (PPB), segundo a qual empreiteiros teriam oferecido favores a deputados pela aprovação do projeto.
O governo estadual pediu a votação em urgência do projeto para aprová-lo antes do recesso parlamentar porque no segundo semestre, devido às eleições, a Assembléia provavelmente se esvaziará.
A maior preocupação do governo com relação às estatais é a CESP, que paga mensalmente R$ 200 milhões em administração de dívidas. "Precisamos estancar essa sangria", disse David Zylbersztajn, secretário de Energia.
Para iniciar um processo de saneamento das empresas que serão vendidas, o Estado terá um crédito de R$ 2 bilhões do BNDES.
O projeto gerou debates inflamados por causa da grandes quantia de dinheiro que envolve e da capacidade de produção das empresas. As estatais paulistas de energia elétrica são responsáveis pela compra de 40% da energia produzida no país e pela produção de 25% do total consumido. Além disso, empregam mais de 30 mil funcionários, que temem demissões.

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