São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 1996
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Conexão cresce com fábrica e incentivos

LUCIA REGGIANI
DA REPORTAGEM LOCAL

O salto mais espetacular em receita líquida no setor de informática em 1995 foi o de 1.439% registrado pela Conexão Indústria e Comércio Ltda.
A empresa, que até 1994 apenas montava placas para microcomputadores e telecomunicações, modernizou sua fábrica e construiu mais uma, para a montagem completa de micros. Com produto mais caro, o faturamento saltou.
A empresa investiu US$ 4 milhões em 1995 - US$ 3 milhões na atualização da linha de montagem de placas da fábrica 1, e US$ 1 milhão na fábrica 2, de micros, diz Celso Camargo, 44, diretor-presidente.
Assim, a Conexão ampliou sua capacidade de inserir componentes nas placas de 25 mil para 60 mil por hora. E passou a poder produzir 10 mil microcomputadores por mês.
Packard Bell, Epson, Digital e Hypercom, os novos grandes clientes, têm bons motivos para contratar a Conexão.
Para enfrentar a concorrência, os fabricantes precisam ter preço competitivo - e isso só é possível com a montagem local da placa principal.
Além de não pagar imposto na importação dos componentes, com o PPB (Processo Produtivo Básico) o fabricante obtém isenção dos 15% de IPI e corte de 12% para 7% no ICMS.
Como nada impede a terceirização do PPB, outras multinacionais interessadas no mercado brasileiro já pediram orçamentos para a Conexão. Mas os negócios devem deslanchar só no segundo semestre.
"O contrabando de placas e produtos finais derrubou a nossa produção pela metade nos primeiros cinco meses de 1996", diz Camargo. Em 1995, a Conexão produzia 20 mil placas de micros por mês.
Mesmo assim, ele prevê fechar 1996 com US$ 50 milhões, o dobro da receita obtida no ano passado. Grande parte do faturamento deve vir do setor de telecomunicações, em função de novos investimentos.
Camargo calcula que as empresas montadoras vão produzir 1,5 milhão de placas neste ano, contra 850 mil em 1995. Sua empresa deve responder por 25% da produção.
A Conexão alcançou em 1995 o 4º lugar entre as mais rentáveis (117% sobre o patrimônio) e registrou a terceira maior margem líquida (59%).
(LR)

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