São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 1996 |
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O último demitido pode ser o patrão
JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
No primeiro, "preservaram a galinha" e, agora, podem voltar a crescer. No segundo, por desespero ou incompetência, "mataram o porco". O vice-presidente da consultoria Booz Allen, Fernando Barreto, descreve a morte: "Não adianta ter como meta cortar custos. Vira um ciclo. O corte de custos, de funcionários, gera queda da receita e perda da clientela, que vai gerar novos cortes. O último a ser demitido é o dono". Para ele, não passa de confusão tornar sinônimos a reengenharia e os processos de redução de custos. "Fazer reengenharia é mudar a forma de trabalhar. Não é colocar uma pessoa fazendo o que antes era feito por três." Haberfeld dá sua receita de quem deve ser cortado: "Quem não agrega valor. É como no queijo suíço. Diminua os buracos e o queijo fica do mesmo tamanho". O "home banking" é um bom exemplo do que é reengenharia, diz Barreto. "Você redesenha um processo, presta um serviço, mas transfere custo para o usuário. Pois é ele, afinal, quem paga a ligação telefônica e o computador." Segundo Barreto, o que é "mais moderno é o que chamamos de reengenharia para o crescimento". O novo enfoque significa rever processos para garantir a expansão do consumo de uma mercadoria. As montadoras, por exemplo, ofereceram crédito para manter a venda de seus carros quando aumentou a oferta dos importados. No fundo, o que está em mutação é a forma de organização das empresas para uma economia em que a concorrência é globalizada. Texto Anterior: Desemprego deve continuar a crescer Próximo Texto: Conheça os desafios a serem enfrentados Índice |
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