São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 1996
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Defesa quer provar que PM foi coagido a atuar em chacina

Advogado diz que Emmanuel foi forçado por Sexta-Feira 13

DA SUCURSAL DO RIO

O primeiro dia do segundo julgamento do soldado Marcos Vinícius Borges Emmanuel, 29, deixou clara qual será a estratégia de sua defesa: tentar provar que Emmanuel agiu sob coação moral e física.
Participante da chacina de oito meninos de rua em julho de 1993, Emmanuel voltou ontem ao banco dos réus para ser novamente julgado por seis mortes e cinco tentativas de assassinato.
No primeiro julgamento, ele foi condenado a 309 anos de prisão pela totalidade dos crimes.
O soldado Emmanuel tem direito a novo julgamento porque, por cada um seis dos crimes de homicídio, foi condenado a penas superiores a 20 anos -o que, legalmente, lhe garante o direito de ser submetido a um novo júri.
O advogado de defesa, Maurício Neville, tentou adiar o julgamento, colocando sob suspeição o juiz José Geraldo Antônio, que atuou no primeiro julgamento.
Antônio não aceitou a alegação de Neville, afirmando que as declarações foram dadas após a realização do primeiro julgamento, com o objetivo de esclarecer dúvidas de jornalistas.
Neville acusou o tribunal de estar cerceando a defesa e afirmou ter como provar que Emmanuel só disparou contra os meninos de rua porque foi coagido por Maurício da Conceição, o Sexta-Feira 13, também acusado pela chacina. Sexta-Feira 13 morreu há dois anos.

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