São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 1996
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Prefeitura quer manter direito de multa

DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo vai recorrer da decisão do Tribunal de Justiça (TJ) que impede os 1.400 agentes de trânsito municipais de aplicar multas.
A secretária de Negócios Jurídicos, Mônica Herman Salem Caggiano, 48, está apenas aguardando a publicação da decisão no "Diário Oficial", que deve acontecer nos próximos dias.
No dia 8 de março deste ano, por 17 votos a 8, o plenário acolheu uma ação direta de inconstitucionalidade do convênio entre a prefeitura e o Estado para fiscalizar o trânsito.
O acordo, firmado em 17 de junho de 1991, ficará anulado com a publicação do acórdão do TJ, que permite aos 900 fiscais da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e aos 500 operadores de zona azul aplicar multas. A publicação repassa toda a responsabilidade aos 2.500 policiais do CPTran.
"Quando ler a decisão do tribunal, vou optar por um dos instrumentos processuais para recorrer", afirmou Caggiano.
Ela ressalta que a atual fórmula de fiscalização "vem dando certo". Para Caggiano, recorrer da decisão do TJ é "assegurar a continuidade de um procedimento adequado e constitucional."
A prefeitura adiantou que vai respeitar a decisão do TJ e irá determinar aos agentes de trânsito que não apliquem multas, a partir do dia da publicação.
Caso algum agente desrespeite a ordem, poderá ser preso em flagrante por crime de usurpação de função pública, com pena prevista de dois a cinco anos de prisão.
A decisão do TJ, na prática, acaba com uma arrecadação da prefeitura de cerca de R$ 10 milhões por mês, valor das multas aplicadas na cidade -uma média mensal de 130 mil. As outras 70 mil multas são aplicadas pelo CPTran.
Quando o acórdão do TJ for publicado, os 1.400 agentes de trânsito da prefeitura vão auxiliar na aplicação de multas, que será feita pelos policiais militares.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que os marronzinhos poderão deixar notificações junto aos veículos que estiverem estacionados irregularmente, da mesma forma que faziam antes do convênio com o governo estadual, em 1991.
Quando o policial autorizado observar a notificação, aplicará a multa.

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