São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 1996
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Governo discute as mudanças na TR

Aplicação poderá render mais

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As mudanças que poderão tornar mais atrativo o rendimento da caderneta de poupança devem monopolizar as discussões de hoje da reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional).
A equipe econômica está dividida. Caso haja alteração no redutor da TR (Taxa Referencial) -índice que remunera a poupança-, isso deverá ser anunciado depois de muita polêmica.
A TR é a média do rendimento dos CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) das 30 maiores instituições. Um redutor incide sobre ela. Quanto menor o redutor, maior o rendimento do poupador.
O governo precisa estancar os saques na poupança, cujos recursos são importantes para financiamentos da casa própria, remuneração dos recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e pode ser direcionado para a geração de empregos. São fatores importantes em período eleitoral.
Por outro lado, parte das dívidas da União, Estados, municípios e dívidas de pessoas físicas é remunerada pela TR. Parte do governo teme pelo aumento dessas dívidas, com as mudanças nas regras.
A Caixa Econômica Federal, que administra a dívida do Fundo de Compensação das Variações Salariais, teria um salto considerável em seus débitos. São cerca de R$ 50 bilhões em contratos já vencidos.
O CMN deve anunciar o valor do redutor para outubro, novembro e dezembro. Até lá, continuam valendo as regras atuais. Um pacote de incentivo à agricultura também deve ser anunciado hoje.
Medidas de liberação de crédito saíram da pauta da reunião, mas podem ocorrer mudanças.
A liberação dos lances e prazos para formação de consórcios e a redução do Imposto sobre Operações Financeiras para pessoas físicas não devem ser anunciadas.
A Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara vai fazer um levantamento sobre o impacto da mudança da TR sobre as prestações da casa própria, segundo Celso Russomanno (PSDB-SP), vice-presidente da comissão.

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