São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Clinton quer aprovar 40 medidas contra o terror
CLÓVIS ROSSI
O presidente norte-americano, Bill Clinton, disse que espera que o encontro de Lyon produza, nessa área, "resultados muito concretos, entre eles uma série de 40 recomendações específicas para combater o terrorismo". Tem, desde já, o apoio britânico, conforme deixou vazar ontem a delegação do Reino Unido. É natural: os britânicos também estão às voltas com o terrorismo do IRA (Exército Republicano Irlandês). O tema do terrorismo já estava na agenda do G-7, como sempre esteve, aliás. Mas o atentado de anteontem muda o ambiente, antes preparado para um confronto entre os Estados Unidos e a maioria dos países aliados europeus. Estes não aceitam que, em nome do combate a regimes que os EUA consideram terroristas, se imponham restrições ao comércio de terceiros países com os acusados. Divergências A cúpula da União Européia, na semana passada, terminou com a manifestação de "profunda inquietação" com a chamada Lei Helms-Burton, que prevê ações legais contra companhias estrangeiras que negociam com Cuba. Mas a inquietação vale também para legislação semelhante dos EUA prestes a ser adotada em relação ao Irã e à Líbia. Os Estados Unidos consideram que esses dois países são centros de terrorismo, e é óbvio que o atentado da Arábia Saudita só vai aumentar a pressão norte-americana para conseguir punições contra países tidos como patrocinadores do terror. Os europeus e o Canadá são contra, mas, agora, fica difícil, para eles, opor-se abertamente. Outra divergência entre europeus e norte-americanos é em torno da ajuda financeira aos países extremamente pobres. Queixa francesa O governo francês queixa-se de que, nessa matéria, a União Européia paga as contas, embora quem tenha o comando político do mundo sejam os americanos. É um pouco de exagero francês. Os únicos países que de fato cumprem a meta definida pela ONU de destinar 0,7% de seu PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas em um dado período) à assistência externa são a Finlândia, a Noruega, a Dinamarca e a Holanda. Em todo o caso, os franceses podem ser bem-sucedidos em outra de suas propostas, que é a de aliviar substancialmente o peso da dívida externa de países extremamente pobres. O Banco Mundial chega a Lyon (participa pela primeira vez) com uma proposta para criar um fundo destinado a financiar a redução dos encargos de 20 países cuja situação nessa área é "insustentável" ou "provavelmente insustentável". Entre eles, está um futuro parceiro do Brasil no Mercosul, a Bolívia. (CR) Texto Anterior: Próxima crise é nos bancos, diz FMI Próximo Texto: Estudo vê maior risco no Brasil Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |