São Paulo, domingo, 30 de junho de 1996 |
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'A busca do modelo é contínua'
CELSO FAVARETTO "O belo é o ideal. Platonicamente é o ideal e isso permanece vivo até hoje. As pessoas podem ficar horrorizadas quando vêem uma arte em que elas não reconhecem aquelas categorias de beleza julgadas clássicas ou tradicionais -dêem o nome que quiserem- ou não entendem. Quer dizer, a busca do modelo é contínua, mas isso não tem nada a ver com o ideal grego e nem mesmo tem a ver com a fundação da estética no século 18, quando se pretendia que ela fosse uma ciência do belo mesmo. Nunca se conseguiu saber que ciência é essa. Quer dizer que a questão do belo fica o tempo todo girando em torno de possibilidades, ou seja, ela é um objeto de experiência, não só de pensamento, ela é um desejo e se vocês quiserem um sentimento. (...)Quando as pessoas dizem gosto disso, querem dizer que entendem, isto é, que aquilo as exprime porque elas se vêem de uma maneira ou de outra projetadas nela. Ela se vê enquanto aquilo lhe mostra uma face, lhe dá uma visibilidade de que ela necessita no dia-a-dia e é disso que ela vive. Então, dizer que eu entendo e portanto eu gosto significa que aquilo segue os padrões da minha sensibilidade e do meu entendimento." Texto Anterior: Truques do belo Próximo Texto: 'O problema se chama educação' Índice |
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